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Pastor na Igreja Batista Viva Yahweh Shammah - sede - Bomba do Hemetério - Recife-PE - Casado com Tatiana Santa Cruz e pai de Stefany Victória e Sophia Victória. "Instruir o povo na adoração a Deus e viver a simplicidade do Evangelho de Jesus Cristo é a missão que me foi confiada".

sábado, 31 de dezembro de 2011

Cristãos Perseguidos!

Posted: 30 Dec 2011 06:14 AM PST

Do Mídia Sem Máscaras

A TRISTE E NEGLIGENCIADA REALIDADE DOS CRISTÃOS PERSEGUIDOS

Nos países que este ano viveram a “primavera árabe” muitos temem agora o “inverno cristão”. Desde março, 100 mil cristãos fugiram do Egito com receio da Sharia, após a eleição de grupos islâmicos fundamentalistas. No Paquistão, um dos países onde a fé cristã tem menos expressão, as missas de Natal vão ser vigiadas por snipers. No Iraque, depois da retirada das tropas norte-americanas, as lojas de famílias cristãs foram saqueadas. No Cazaquistão há uma nova lei que prevê censurar todos os livros sobre religião que entrem no país e pode-se ir preso por rezar em sítios não autorizados. Em ano de revoluções, a liberdade religiosa ainda não é um direito universal.

Nigéria
80 milhões (50% da pop.)
Alerta
Apesar do diálogo entre líderes islâmicos e cristãos (já existe um conselho nacional inter-religiões), continuam as ameaças. Depois do presidente do Conselho Supremo Islâmico desejar aos cristãos um feliz Natal, a Associação Cristã alertou para o risco de atentados em igrejas, ameaça dos Boko Haram, que exigem a imposição nacional da Sharia. Desde 1999, quando a lei islâmica foi adotada em Zamfara (Norte), os confrontos já fizeram milhares de mortos. A Nigéria é hoje o país com mais cristãos da África subsaariana, com a quebra de cultos tradicionais e o crescimento da igreja protestante/pentecostal.

China
67 milhões (5% da pop.)
Emigrar?
Com apenas duas igrejas cristãs oficiais no país, cada vez há mais famílias chinesas a inscrever os filhos em escolas religiosas dos EUA – seis vezes mais em cinco anos, segundo o New York Times. Mas começa a haver sinais de mudança. Há um universo florescente de igrejas protestantes em casas particulares, ilegais. Esta semana a polícia invadiu uma festa da Igreja de Xintan, autoproclamada Vila do Natal, com uma produção de 78 mil milhões de dólares em artigos natalícios. Argumento: são proibidas manifestações religiosas ao ar livre e os budistas queixaram-se. O caso foi denunciado no YouTube.

Índia
31,8 milhões (2,6% da pop.)
Uma questão social
Segundo o estudo recente do think tank Pew sobre o cristianismo, é difícil apurar o número de cristãos na Índia porque os fiéis de extratos sociais mais baixos optam por dizer que são hindus, siques ou budistas para ter acesso a apoios sociais. A perseguição ainda é uma realidade em algumas zonas. Este mês, um tribunal popular em Orissa (Leste) apresentou um relatório que atesta que o governo foi negligente e recusou apoio às vítimas durante os ataques de Kandhamal, em 2008, contra cristãos que recusaram converter-se à fé hindu. Os ataques fizeram 100 mortos e destruíram 295 igrejas.

Indonésia
21,1 milhões (8,8% da pop.)
Frágil numa altura em que a “primavera árabe” começa a ser chamada de “inverno cristão”, com a emergência política dos fundamentalistas islâmicos. Com 21 milhões de cristãos, a Indonésia tem mais fiéis que os 20 países da região Médio Oriente-Norte de África. Porém, representam apenas 8% da população e 90% professam o islamismo. Segundo o Fórum de Jacarta para o Cristianismo, até setembro houve 31 incidentes em igrejas, mais que em 2010. Na quarta-feira, uma imagem da Virgem Maria foi decapitada numa capela em Java Central.

Coreia do Norte
480 mil (2% da pop.)
Terror
Os dados do Pew indicam 480 mil cristãos no país, mas não é fácil conceber onde. Num trabalho de 2005 de David Hawk para a comissão de liberdade religiosa dos EUA, vários refugiados testemunham que no país se defende que “ter fé em Deus é um ato de espionagem. Apenas Kim-II Sung é deus”. A morte de Kim Jong-il – filho do dito deus –, renovou os apelos à liberdade religiosa. O número de cristãos em campos de trabalho pode chegar a 70 mil. O site da organização North Korean Christians pede a denúncia de perseguição e execuções por crimes como “posse de Bíblia”, como ocorreu em 2009.

Afeganistão
30 mil (0,1% da pop)
Caça às bruxas
São a minoria mais reduzida nesta lista de dez países. No Afeganistão, apenas 0,1% da população professa o cristianismo. Nos sites de organizações contra a perseguição religiosa são denunciados vários casos de exilados afegãos na Noruega ou na Índia ameaçados mesmo no estrangeiro por terem se convertido à fé cristã. No ano passado, um grupo de 150 exilados na Índia denunciou uma ordem de execução de um ministro de Hamid Karzai a novos cristãos denunciados num programa de televisão. A constituição afegã pune com pena de morte o abandono da fé islâmica, a religião do Estado.

Paquistão
2,7 milhões (1,6% da pop.)
Snipers nas igrejas
2.500 polícias paquistaneses foram destacados para proteger a comunidade cristã nas celebrações dos próximos dias. A polícia afirmou que 433 igrejas, sobretudo em torno da cidade de Lahore, vão ter proteção de snipers e entradas controladas num ano em que a tensão religiosa aumentou e pelo menos duas pessoas foram condenadas à morte à luz da Sharia, por blasfêmia. Este mês, o presidente do partido cristão PCC, Nazir Bhatti, pediu à ONU que investigue atentados contra 20 milhões de cristãos afegãos: violações, raptos, execuções de padres e conversões forçadas. (N. do E.: A jornalista se confundiu. A denúncia de Nazir Bhatti diz respeito à perseguição sofrida pelos cristãos paquistaneses. O número dado por Bhatti é bem mais alto que os dados oficiais e os de outras agências, como, por exemplo, a Portas Abertas, que dá um percentual de 2,5% para a população cristã do país).

Cazaquistão
4,1 milhões (26,2% da pop.)
Lei aperta
Apesar de a fé cristã ser a segunda no país (26% para 70% de muçulmanos), a Lei da Religião, adotada em Outubro, restringiu a liberdade religiosa. Para “combater o extremismo”, há agora quotas para missionários e registro de locais de culto. A importação de literatura religiosa será sujeita a censura. A iniciativa nasceu de um relatório do partido no poder, que criticou a importação de cultos não tradicionais (igrejas protestantes, por exemplo) e disse que as pessoas precisavam de ajuda. Este mês, três batistas foram multados por participarem de encontros de oração. Um deles ficou detido por 48 horas.

Egito
4,2 milhões (5,3% da pop.)
Em fuga
Pelo menos 100 mil cristãos deixaram o país desde março, segundo dados da União Egípcia de Organizações de Direitos Humanos. Depois da queda de Mubarak, a eleição da Irmandade Muçulmana e de radicais salafistas alarmou a minoria cristã. Os partidos eleitos querem repor a Sharia como lei nacional. Cynthia Farahat, ativista política no Cairo, diz que, embora a perseguição fosse real e os cristãos considerados “cidadãos de segunda”, os atentados estão mais explícitos. A igreja ortodoxa do Egipto (coptas) fala de 17 milhões de cristãos no país. Oficialmente são 4 milhões.

Iraque
270 mil (0,9% da pop.)
Em extinção
A retirada do Iraque está a acentuar as tensões religiosas, não só entre sunitas e xiitas, mas, num último golpe, também em relação à debilitada minoria cristã. Há lojas saqueadas no norte e estima-se que os cristãos tenham sido reduzidos a um quinto desde 2003. Em Dora (arredores de Bagdá), as mulheres foram obrigadas a cobrir-se. Mais de 40 mil fugiram de bastiões da Al-Qaeda como Mossul. Michael Youash, do Projeto para a Sustentabilidade Democrática do Iraque, alertou já que daqui a 20 anos pode já não haver cristãos no país. No fim do ano passado, um atentado contra uma igreja de Bagdá fez 60 mortos.


sábado, 24 de dezembro de 2011

O NATAL DE DEUS MAIS REAL QUE EU

"Depois disso, meu natal já era!"

Só afirma uma coisa dessas quem jamais soube o que foi de fato a experiência "natalina" de José, Maria e o recém-nascido.

Nossos natais são muito idealizados. Muito projetados. Muito utópicos e muito montados. Presépio e presepada.

O Natal de Deus aconteceu na realidade mais concreta e visceral.

Sim, o Natal do Deus que muita gente duvida que seja real, foi mais real do que eu! Realidade chocante!

"A vida como ela é!" - diria Nelson Rodrigues. Foi o Natal de Deus.

Menina-moça que aparece afirmando que o Espírito Santo colocou a sementinha dentro dela... Não é uma posição tão confortável e meiga, não é mesmo?

Homem-moço que não sabe se dá um tapa na noiva-esposa cínica, ou se a interna urgentemente no sanatório mais próximo. A terceira opção seria assumir a "cornice". Mas o homem, por um sonho que teve, escolheu de bom grado ser "corneado" por Deus.

Confortável essa posição de José, não é?

Tiveram que andar milhas e milhas a fim de obedecer um decreto tirano que os obrigava a ir à cidade natal para um recenseamento. E Maria grávida de vários meses.

Que adorável deve ter sido essa caminhada ou trajeto no lombo de jegue, não é?

Chegando na cidade de José - Belém da judéia, Cidade de Davi - tinham agora que enfrentar burocracia, fila e muita espera! Era muita gente pra ser atendida! Stress e incômodo puro!

Natal com stress? E combina isso? - pergunta o meu distraído leitor.


Mas eu não já disse que o Natal de Deus é mais real que eu?

Pois bem... Burocracia, fila, espera... E Maria já não podendo mais esperar. Bolsa rompendo. Daria a luz ali, nesse caldeirão de ansiedade, estranheza e mal-estar.

Só um probleminha a mais: a cidade estava abarrotada de gente. Cidadãos que vieram de todas as partes do país. Não havia vaga em nenhuma hospedaria.

"E Deus não abrirá uma porta onde não há porta?" - pergunta o que tem féde mais.

Nenhuma porta aberta. Todas fechadas.

Até então eles tinham dado o jeito. Um homem e uma mulher grávida podem aguentar muito desconforto. Sereno, vento, chuva, frio... Mas agora com um neném? Merece um quarto quentinho, acolhedor, limpo.. Um ninho.

Não havia quarto. Mas havia a estrebaria.

Que natal reluzente hein? É o natal dos sonhos de qualquer um, não é! Ora eu pensei que era. Não é por isso que reproduzimos esta cena horrível com nossos presépios tão lindinhos?

Acabou o natal deles? Que nada. Só estava começando.

De repente amigos pastores do campo, desconhecidos, chegam. A melhor Graça de Deus é sempre um algo inesperado. Graça que se roteiriza e se cronometra não tem tanta graça assim. E quando menos esperavam, solitários no lugar de alimentação de animais... surpresa!

Aparecem também uns estranhos orientais. Viram uma estrela no céu que os guiara até ali.

E vai havendo companhia, felicitações, louvor, amizade e vínculo da perfeição. O pós-parto vai ficando iluminado de humanidade simples, solidária, fraterna e real.

O Natal de Deus continha distância de casa e da família...
O Natal de Deus incluía a humilhação da submissão a ordem de um governador tirano e opressor...
O Natal de Deus tinha pouca luz, comida, conforto e amigos...
O Natal de Deus tinha rejeição e falta de piedade dos gerentes e donos das hospedarias...
O Natal de Deus não tinha privilégio especial àquele que Ele havia declarado como Filho Seu...
O Natal de Deus, para Maria e José, tinha o céu meio silencioso e aparentemente vazio... Sem portas abertas. Só portão de curral.
O Natal de Deus tinha tudo o que muita gente, experimentando, diria: "Não há chance de haver natal esse ano! Acabou o meu natal!"

Mas no Natal de Deus havia presença de Deus Conosco, presente, no meio do turbilhão com a gente.
No Natal de Deus havia estrela no céu, significado.
No Natal de Deus havia coral de anjos que antecipavam a grande herança e felicidade dos homens que tivessem boa vontade para viver e crêr. Boa vontade própria? Não. Consciência da boa vontade de Deus e seu bem-querer por eles!
No Natal de Deus havia provisão de amigos. Não os amigos do script pré-fabricado. Não. Os amigos do caminho, da rua, da imprevisibilidade... Desconhecidos irmanados pelo poder do louvor, da fé e da gratidão.
No Natal de Deus bois e vaquinhas ocupavam os lugares que Reis e Rainhas desejariam ocupar, como testemunhas daquele evento histórico sem precedentes.

No Natal de Deus não havia presépio ou presepada. Havia realidade. Havia a Vida de um Deus que não é utópico, alienado, alienante, fanatasioso, isolado, insensível, impermeável ou auto-protegido.

Não. Irreais somos nós e nossas projeções de vida e mundo. Inclusive nossas projeções a respeito do Deus que duvidamos que seja real...

Deus no entanto, é real. E o Natal de Deus é infinitamente mais real que eu.

Se Deus não é real, o menino dormindo debaixo do viaduto também não é. E é ali que ele escolheu estar e ser servido, adorado, descoberto, amado, manifesto, significado, presente. Pra justiça, alegria e esperança de todo o que crê.

E você? Pensando aí que o Natal acabou? Pereceu? Babou? Bichou?

Caia na Real! O Natal nem começou! Começará agora!

Bem mais real do que voce podia imaginar. Aliás... não imagine.

Viva a realidade do Natal de Deus em você!

Esteja você no lugar de qualquer personagem dessas, vá viver o natal! Seja você José, Maria...

Seja você o pastor do campo enviado a algum lugar a fim de fazer companhia...
Seja você um sábio oriental, que chegará com louvor, presente, afirmação, testemunho e solidariedade.
Seja você a mosca do cocô da mimosa, vaquinha do estábulo... não importa!

O Natal sempre é feliz, quando se sabe e se crê que ele adentrou a nossa Realidade mais desnudada. Veio pra estar, ficar, permanecer. Emanuel: Deus Conosco!

Deus que é Deus de todo aquele que, sentindo nos pés a textura e espessura de cada uma das afiadas pedras do caminho da realidade, vai aprendendo a lê-las com o "código braille" da fé. E o que se lê o tempo todo é: "Eu estou com você. Não temas porque eu sou contigo. Eu te amo. O Senhor proverá. Confia! A gente vai junto. Haverá um bom futuro e não será frustrada a tua esperança".

Feliz Natal! Real!

Fonte: caiofabio.net

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Deus Como a Primeira Causa - William Lane Craig e Robert Lawrence Kuhn

John Wesley, uma vida longa em poucas palavras

John Wesley, uma vida longa em poucas palavras

vida de um homem que com sua paixão por Deus mexeu com a vida espiritual dos ingleses e com a estrutura social de seu país.

Por Christian History & Biography

John Wesley nasceu em 1703 e sua infância foi fortemente influenciada por sua mãe, uma mulher rígida e piedosa. Seu pai era um homem difícil de se agradar. Sua mãe acreditava que os desejos das crianças deviam ser subjugados e que eles deveriam ser disciplinados quando não se comportassem. John era o décimo quarto filho. Ele teria morrido em um incêndio em Epworth Rectory se não tivesse sido arrancado das chamas por um vizinho. Na época tinha sete anos e depois disso sua mãe o lembrou várias vezes que ele era “um tição colhido do fogo”. Mais tarde ele teve a certeza de que tinha sido poupado por um propósito, servir a Deus.
Samuel, o pai de John, era um erudito, que por muitos anos trabalhou em uma obra monumental sobre o livro de Jó. Um pregador severo, para não dizer implacável, uma vez exigiu que uma adúltera andasse nas ruas em sua vergonha. Ele também forçou o casamento de uma de suas filhas depois que ela tentou fugir com um homem que não era o escolhido de seu pai. Com seu pai e sua mãe, John Wesley desenvolveu excelentes hábitos de estudo e também se acostumou com o sofrimento físico.


John Wesley foi para Charterhouse School em 1714, para Christ Church College, em 1720, e em 1726 foi eleito membro na Lincoln College em Oxford. Depois de ser pastor auxiliar em Wroote, Lincolnshire, de 1727 a 1729, ele voltou à Oxford não apenas para continuar seus estudos, mas também para começar a viver uma vida mais devota e santa. Muitos outros jovens brilhantes tinham um curriculum como o de Wesley, mas poucos tinham a sua dedicação. Ele dominava pelo menos sete idiomas e desenvolveu uma visão verdadeiramente abrangente em todas as áreas da investigação. Quando ele voltou de Wroote para Oxford, ele assumiu a liderança de um grupo chamado Holy Club (Clube Santo), iniciado por seu irmão Charles. Lá era onde eles reforçavam a fé através do estudo das Escrituras e buscavam a santidade na vida de cada membro.

O Clube Santo fazia muito mais do que refletir e orar. Eles iam às prisões levar a palavra de salvação aos prisioneiros. Embora eles fossem ridicularizados por seus companheiros de Oxford, de seu grupo de uma classe social mais baixa saíram homens que se tornaram importantes para aquele tempo, particularmente os irmãos Wesley, além de George Whitefield. O modo de vida de John Wesley exigia jejuns periódicos, encontros regulares para estudo e auto-avaliação pessoal. Somente muito tempo depois foi que ele percebeu que seu grupo seguia mais a letra do que o espírito do cristianismo.

Em 1735 grandes mudanças atingiram John e Charles Wesley. O seu pai morreu e ambos foram para a colônia da Georgia, nos Estados Unidos, com a bênção e encorajamento de sua mãe. Lá foi uma prova para John, que entendeu que realmente não gostava muito dos índios e sua rigidez não era muito apreciada pelas pessoas da Georgia. Mas importante que isto, foi o contato de John na sua viagem com um pequeno grupo de morávios. Estes homens e mulheres destemidamente cantavam hinos durante terríveis tempestades no mar, ao mesmo tempo em que o próprio Charles se desesperava. Isso o fez querer conhecer mais sobre a fé que eles demonstravam ter. Em 1737 ele retornou à Inglaterra.

Devemos apreciar a humildade de John Wesley, pois ele podia ser crítico o bastante consigo mesmo para parar suas atividades religiosas naquele momento e pensar que era um ministro experiente demais para examinar sua falta de fé. Peter Boehler, um morávio, deu-lhe a chave – pregar a fé até que ele a tivesse, e então ele pregava a fé. John Wesley lutou com sua falta de fé até 24 de maio, uma quarta-feira, em 1738, no famoso encontro de Aldersgate, foi quando ele teve uma conversão, uma profunda e inconfundível experiência de fé. Seu “coração foi estranhamente aquecido”. Então seu verdadeiro trabalho começou.

Como tinha uma mente brilhante e aberta, John Wesley ainda conseguia retirar os melhores recursos das melhores mentes do seu tempo. William Law, por exemplo, foi seu professor, amigo e mentor por vários anos; mas Wesley achou que um ingrediente importante estava faltando no programa de Law para uma vida devota. Os discípulos de Platão conseguiram comunicar a Wesley uma estrutura intelectual que era mais espiritual do que material, mas os hábitos mentais de Wesley estavam moldados mais pelo modelo de análise de Newton do que pelo platonismo. Os morávios eram o mais perto de uma síntese de todos os elementos que ele desejava e pôde encontrar. Ele até mesmo visitou Herrnhut para saber como sua comunidade trabalhava. Mas algo estava faltando lá, como em todo lugar, e em 1740, ele e seus seguidores romperam com os morávios, mas não antes que ele tivesse aprendido a pregar sermões ao ar livre, o que veio a ser mais tarde uma parte essencial de seu ministério.

John Wesley tinha 37 anos de idade quando começou a viajar e pregar. Ele freqüentemente exagerava o número daqueles que vinham ouvi-lo. Muitas vezes, as mesmas pessoas que precisaram de sua ajuda eram as mesmas que mais o perseguiam. Ele pregava em púlpitos até que eles fossem fechados para ele, e ele então pregava nos campos abertos. Ele pregava três vezes por dia, começando às 5 da manhã, uma vez que os trabalhadores poderiam parar para ouvi-lo enquanto andavam para o trabalho.

Algumas vezes ele andava 60 milhas (mais de 90 quilômetros) por dia a cavalo. As condições do tempo não importavam; ele fazia seu programa e o cumpria, não importavam as dificuldades. Ele fugia de uma multidão zangada pulando num lago gelado, nadava para fora dele e continuava a pregar novamente. E tinha uma certa habilidade de trazer as pessoas hostis para o seu lado.

Em 1741 foi para Gales do Sul, para o norte da Inglaterra em 1742, Irlanda em 1747, e Escócia em 1751. No total, foi à Irlanda quarenta e duas vezes e à Escócia vinte e duas vezes. Ele retornou à algumas cidades várias vezes. Houve ocasiões em que ele retornava anos depois de sua última visita e registrava que a pequena sociedade que ele ajudara ainda estava intacta e fiel. Ele examinava cada membro de cada sociedade pessoalmente para buscar crescimento espiritual e de fé. As sociedades então formadas proviam a organização local para seu movimento.

O que Wesley pregava? Santidade, honestidade, salvação, boas relações familiares, vários outros temas, mas acima de tudo a fé em Cristo. Ele não pedia aos seus ouvintes para deixarem suas igrejas, mas para continuarem indo nelas. Ele lhes deu o refrigério espiritual que eles não achavam. Quando suas décadas de provação produziram décadas de triunfo, as multidões aumentaram. Ricos e pobres vinham para ouvi-lo falar. Ele desenvolveu redes de assistentes leigos. Suas exortações para viver perfeitamente em amor hoje parecem duras, mas considere os efeitos em suas congregações. Os xingamentos nas fábricas pararam, os homens e as mulheres começaram a se preocupar com vestimentas limpas e simples, extravagâncias como chá caro e vícios como o gim foram deixados por seus seguidores, vizinhos deram um ao outro ajuda mútua através das sociedades.

Wesley ensinou tanto pelo exemplo como pelos seus sermões. Ele publicou muitos de seus textos para serem usados em devocionais e direcionou o lucro para projetos, como um local de ajuda para os pobres. Sua vida pessoal estava além de reprovação. Ele traduziu hinos, interpretou as Escrituras, escreveu centenas de cartas, discipulou centenas de homens e mulheres e manteve em seus diários um registro da energia investida, que dificilmente tem um rival na história ocidental. Sua maneira de falar na linguagem do homem comum teve um impacto imensurável no surgimento do inglês moderno, assim como os hinos de Charles Wesley tiveram um grande impacto na música com suas muitas canções sem mencionar a poesia da subseqüente era Romântica.

Mas o impacto dos Wesleys nas classes mais baixas foi além de afetar seus hábitos de vida e modo de falar. John Wesley proveu uma estrutura religiosa que era local e pessoal, bem como fortemente moral. Sua teologia não tirava a liberdade e o direito de ninguém, pois qualquer um podia achar a graça de Deus para resistir ao diabo e ser salvo, se tão somente buscasse e recebesse. As sociedades que ele formou preservaram em seus estudos o foco na fé – uma fé que também levou a uma maneira de lidar com a realidade da vida das classes mais pobres. A religião não era só para os ricos, mas Wesley também não estava pregando uma revolta contra o anglicanismo.

O anglicanismo de John Wesley era muito forte, embora os púlpitos anglicanos tornassem-se totalmente fechados para ele. Só quando tinha oitenta e um anos ele permitiu uma pequena divisão entre seus seguidores e a igreja nacional. Tendo já enviado muitos homens à América, em 1784 ele ordenou mais pessoas para este esforço missionário e, porque “ordenação é separação”, efetivamente começou uma nova igreja. O conservadorismo dele era tanto político como religioso. Ele publicou uma carta aberta às colônias americanas, aconselhando-as a permanecerem leais à Grã-Bretanha, logo antes da Revolução Americana. Ele não tolerava nenhuma conversa sobre agitação civil na Inglaterra.

Muito se tem discutido acerca de que outras forças estavam trabalhando na Inglaterra além de Wesley e uns outros poucos pregadores. Por exemplo, a Revolução Industrial que estava vindo progrediu mais rápido na Inglaterra do que em qualquer outro lugar, dando aos homens novos tipos de trabalho; a justiça do Sistema de Paz e o sistema de governo com um Primeiro-Ministro eram únicos na sua forma e deram muito mais poder do que era possível em qualquer outro lugar à classe média local e os grandes problemas que poderiam de outra forma causar revolução, simplesmente não estavam presentes na Inglaterra depois de 1750. Ainda assim sem Wesley e seus seguidores como poderia o ateísmo, tal como existia entre os camponeses franceses, ser evitado e como poderia uma classe inferior oprimida e dominada pelos vícios, ter esperança?

John Wesley morreu em 2 de março de 1791, cerca de três anos depois que seu irmão Charles morreu. Até seus últimos anos, ele colocou a mesma frase de abertura em seu diário, como fazia a cada ano no seu aniversário, agradecendo a Deus por sua longa vida e sua contínua boa saúde, afirmando que sermões pregados de manhã logo cedo e muita atividade ao ar livre o mantiveram em forma para a obra de Deus. Desde o momento em que ele tornou-se livre de influências, exceto a de Deus, ele teve cinqüenta anos de serviço constante e fez um bem imensurável à Inglaterra através da perseverança, resistência e fé. Seu legado não se limitou ao seu século ou país, mas sobrevive até hoje na fé de milhões em várias igrejas ao redor do mundo.

A seguinte frase foi escrita em seu diário em 28 de junho de 1774:

Sendo hoje meu aniversário, o primeiro dia do septuagésimo segundo ano, eu estava pensando como posso ter a mesma força que tinha trinta anos atrás? Que a minha visão esteja consideravelmente melhor agora e meus nervos mais firmes do que eram antes? Que eu não tenha nenhuma enfermidade da velhice, e não tenha mais aquelas que tive na juventude? A grande causa é, o bom prazer de Deus, que faz o que lhe agrada. Os meios principais são: meu constante levantar às quatro da madrugada, por cerca de cinqüenta anos; o fato de geralmente pregar às cinco da manhã, um dos exercícios mais saudáveis do mundo; o fato de que nunca viajo menos, por mar ou terra, do que 4500 milhas (mais de 6.750 km) por ano.

Fonte: Cristianismo Hoje


Porta de saídaMais do que em gerações anteriores, os jovens crentes entre 20 e 30 têm abandonado a fé. Por Drew Dick

Porta de saída

Momentos importantes fazem parte da jornada de todo jovem quando ingressa na idade adulta: a chegada à universidade, o começo da carreira, a compra do primeiro apartamento, o casamento e – no caso de muitos cristãos hoje em dia – o distanciamento da fé. Para cada vez mais rapazes e moças na faixa entre os 20 e os 30 anos, tudo o que se aprendeu ao longo de anos e anos de escola dominical infantil, atividades de grupos de adolescentes ou reuniões de oração da mocidade simplesmente parece perder o sentido diante da realidade da vida autônoma e suas múltiplas possibilidades. Motivos para tal esfriamento não faltam: o sentimento de liberdade pessoal, o convite aos prazeres antes proibidos, a ênfase exagerada na vida profissional e no próprio sucesso... Longe da tutela dos pais crentes, jovens que um dia eram vistos na igreja como promissores nas mãos de Deus vão, pouco a pouco, assumindo um estilo de vida mundano. E logo já não são nem um pouco diferentes de seus amigos que jamais estiveram num culto.

Não há, dizem, uma razão específica. O que se alega é um certo cansaço da vida religiosa ou a impressão de que a história do Evangelho, afinal de contas, não é tão verdadeira assim. Todo crente conhece pessoas nesta situação. E a quantidade de gente que deixa a igreja para trás tem aumentado – só no Brasil, segundo o último Censo, já há cerca de 14% de evangélicos confessos sem ligação formal com uma igreja. A tendência é mais aguda entre os jovens adultos, e não apenas por aqui. Na última edição da Pesquisa Americana de Identificação Religiosa, um fato chamou a atenção. A porcentagem de americanos que responderam “sem religião” praticamente dobrou nas últimas duas décadas, crescendo de 8,1% nos anos 90 para 15% em 2008. O estudo também observou que assombrosos 73% deles vêm de famílias religiosas – e quase dois terços foram descritos no estudo como “ex-convertidos”.

O resultado de outra pesquisa também foi expressivo. Em maio de 2009, no Fórum de Religião e Vida Pública, os cientistas políticos Robert Putnam e David Campbell apresentaram uma pesquisa descrevendo o fato de que jovens estão abandonando a religião em “ritmo alarmante”, cinco a seis vezes mais rapidamente do que anteriormente registrado. Fato é que a sociologia já descobriu que a migração para longe da fé cristã, por parte de jovens antes engajados na vida eclesiástica, é um fenômeno crescente. E uma resposta para este fato requer primeiramente uma análise de tal êxodo e o questionamento honesto das razões pelas quais ocorre.

ABANDONO

O presidente do Barna Group, entidade cristã de pesquisas sediada na Califórnia (EUA), David Kinnaman, revela que cerca de 65% de todos os jovens de seu país afirmam ter feito um compromisso com Jesus Cristo em algum momento de suas vidas. Kinnaman entrevistou milhares de jovens para a elaboração de seu livroUnChristian. Segundo ele, a maior parte dos ‘não-cristãos’ da sociedade hoje é formada por gente que em algum momento freqüentou igreja e serviu a Jesus. “Em outras palavras, eles são nossos antigos amigos, adoradores de outrora”, acentua.

Grande parte dos pesquisadores avalia que este dramático número de abandonos espirituais por gente na faixa dos vinte e poucos anos constitui, na verdade, uma etapa no curso da vida de quem chegou à conclusão que vale mais a pena dormir até tarde ou fazer outros tipos de programa aos domingos. O sociólogo Bradley Wright salienta que a tendência da juventude ao abandono da fé é uma característica do cristianismo contemporâneo. A questão do comprometimento moral parece estar na base do processo. Donos do próprio nariz, não poucos jovens de origem evangélica começa a mudar de hábitos, sendo mais abertos a novas experiências e menos refratários àquilo que, durante anos e anos, ouviram ser pecado.

Quando o rapaz ou a moça recém-saída da casa dos pais vai morar com o companheiro, ou encontra na faculdade amigos que fazem convites para noitadas, os conflitos entre a crença e o comportamento pessoal parecem ficar inconciliáveis. Cansados de lidar com o que lhes resta de uma consciência de culpa e relutantes em abandonar aquilo que têm como conquistas pessoais, eles preferem abandonar o compromisso cristão. Para isso, podem usar como argumentos o ceticismo intelectual ou a decepção com a igreja, mas estes são apenas motivos superficiais para esconder a razão principal. A verdade é que a base de crenças acaba sendo adaptada para corresponder às ações.

“Em alguns casos, o processo é gerado por uma decepção com a igreja, levando ao esfriamento”, aponta o pastor Douglas Queiroz, da Igreja Plena de Icaraí, em Niterói (RJ). Há dez anos, ele dedica seu ministério à juventude, aconselhando não apenas novos convertidos como gente que nasceu na igreja mas em algum momento abandonou a fé. “Eles não se identificam mais com a igreja da qual faziam parte”. Para Douglas, esse fenômeno pode ser atribuído, em parte, ao momento em que o jovem vive. Isso se dá pelo distanciamento que existe entre a igreja e a sociedade. O jovem de hoje, detentor de muita informação, não aceita esta relação ambígua, não suporta mais viver numa subcultura ou dentro de um gueto com postura, linguajar e pensamentos distantes do cotidiano”, comenta. Mas existem também, diz o pastor, situações em que não se trata exatamente de um esfriamento espiritual. “A pessoa simplesmente descobre que sua fé não existe, ou seja, nunca houve uma experiência individual. O jovem é cristão simplesmente porque nasceu num lar de crentes e cresceu indo à igreja.”

“PRATOS ATRATIVOS”

A diversidade de situações torna difícil resumir tudo no velho chavão da “rebeldia juvenil”. Aos 30 anos de idade, o ministro de adoração da igreja Casa da Bênção em Jardim Paulista (PE), Juliandreson Pimentel, conhece de perto esta realidade. Funcionário público e estudante de Direito, ele encontra tempo na agenda para trabalhar com jovens e acha que o trabalho tímido de formação nas igrejas está na raiz do esfriamento espiritual dos crentes nesta fase da vida. “Com uma conexão maior fora do ambiente eclesiástico, muitos jovens acabam cuidando mais de si mesmos, negligenciando o serviço de Deus”, comenta. Ao mesmo tempo, existem fatores comuns. Muitos afastamentos foram precipitados, como diz Douglas, por aquilo que aconteceu dentro da igreja, em oposição ao que acontece fora dela. Até mesmo os que adotaram um estilo de vida materialista ou uma forma de espiritualidade vaga demais para ser definida como cristã têm em comum, quase sempre, uma vivência de cristianismo superficial que efetivamente os afastou de uma fé autêntica.

O sociólogo Christian Smith e seus colegas pesquisadores examinaram a vida espiritual dos adolescentes americanos e perceberam que a maior parte deles pratica uma religião que pode ser descrita como “deísmo moralista e terapêutico”, que deixa Deus como o distante Criador que abençoa pessoas que são “boas e justas”. Assim, o objetivo central dessa divindade é ajudar os crentes a se tornarem felizes e a sentirem-se bem consigo mesmos. E como esses adolescentes aprenderam sobre esta forma de fé? Naturalmente, porque ela é ensinada de maneira explícita ou implícita em todas as fases da vida nas igrejas. Ela está no ar respirado pelos frequentadores de igreja, que buscam cultos amigáveis e pequenos grupos de pouco compromisso. Quando esta visão ingênua e utilitarista de Deus se une à realidade, não é surpreendente ver tanta gente saindo porta afora das igrejas.

Criado na igreja, o jovem Gabriel Santana Mariano, de São Paulo, fez esse percurso. Ele conta que o convívio com pessoas “do mundo”, como dizem os evangélicos, acabou colaborando para seu distanciamento da fé. “Os pratos que nos oferecem são bem atrativos”, diz. Os cultos saíram de sua rotina e hoje ele frequenta academias, festas e baladas. A mãe, diz Gabriel, continua orando por ele. “Se não fosse por isso, não sei como poderia estar hoje”, reconhece. Apesar de tudo, ele confessa que acredita e confia em Deus. “Sinto que sinto que não faço parte desse mundo”, revela. “Algo dentro de mim sente um grande vazio e, mesmo que eu tente me enganar, sei que isso é falta de uma comunhão com Deus.”

Os crentes, geralmente, adotam uma dentre duas reações igualmente prejudiciais em relação a alguém que abandonou a fé: tornam-se agressivos, com um discurso de julgamento, ou preferem não se envolver na questão. No encontro anual da Associação Americana de Sociologia, em 2008, um grupo de estudiosos da Universidade de Connecticut e da Universidade de Oregon relataram que “o maior papel dos cristãos no processo de abandono de fé foi amplificar dúvidas previamente existentes”. Os ex-cristãos relataram “dividir suas dúvidas com amigos ou familiares cristãos e receberem respostas triviais e superficiais”. Além de não possuir recursos apropriados para trabalhar com esse grupo, as igrejas, no geral, não sabem lidar bem com aqueles que estão em conflito com sua própria fé.

A crise de pessoas abandonando a fé também passa por outros níveis. Primeiramente, jovens adultos estão abandonando a religião em ritmo mais acelerado e em maior número do que jovens adultos das gerações anteriores, conforme estudos feitos nos EUA e ainda incipientes por aqui. Em segundo lugar, o argumento sobre fases da vida, por si só, não se sustenta. O jovem adulto de hoje não é o jovem adulto de antigamente; o de hoje permanece nesta fase por mais tempo. Casamento, carreira e filhos – a força sociológica primária que leva os adultos de volta ao compromisso religioso – são elementos hoje postergados para os vinte e poucos ou trinta anos.

CAMINHO DE AMOR

Para Onésimo Pinto, pastor de jovens da Igreja Evangélica Bíblica Betel, de Recife (PE), os pais têm uma parcela de culpa no afastamento ou esfriamento da fé dos filhos: “Muitos educam os filhos de uma maneira, mas, na prática, vivem de outra. Então, os filhos aprendem dos pais a tapear e maquiar o cristianismo. O distanciamento acontece no momento em que eles têm acesso caminhos antes inacessíveis”. Segundo ele, esse hiato entre fé e comportamento acaba desestimulando os jovens, que não querem repetir o erro e preferem abrir mão da vida cristã. “Essa é a experiência que identificamos em muitas famílias”, atesta o conselheiro. No entanto, Onésimo também aponta a culpa da Igreja: “Infelizmente, falta um ensino doutrinário que fundamente a fé dos jovens. Muitas igrejas são mais clubes sociais, onde as pessoas vão para se encontrar e agendar programas, enquanto o estudo da Palavra praticamente não existe.”

Não há nada de errado com pizzas e videogames, nem com celebrações sensíveis ou pequenos grupos de pouco comprometimento que apresentam pessoas à fé cristã. Mas isto não pode substituir o discipulado sério e o ensino. Um lugar para começar é repensando como a Igreja e os evangélicos têm ministrado aos jovens. A tentação de se afastar da fé não é novidade. O apóstolo Paulo exortou a igreja em Éfeso sobre a necessidade de amadurecimento de cada cristão: “o propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para o outro pelas ondas, nem jogados para lá e para cá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro” (Efésios 4.14, segundo a Nova Versão Internacional).

Apesar dessa lacuna, grande parte dos pesquisadores insiste que este dramático número de abandonos espirituais durante os vinte e poucos anos não é uma situação alarmante. Em seu recente livro“Cristãos são hipócritas cheios de ódio...E outras mentiras que você já ouviu (inédito em português), o sociólogo Bradley Wright argumenta que estes números sobre a tendência da juventude ao abandono da fé é “mais um mito” do cristianismo contemporâneo. Ele lembra que os integrantes de cada nova geração são sempre observados com suspeita pelos mais velhos. Ao falar sobre a própria juventude, o autor se descreve como “um moço de cabelos compridos e camisetas diferentes” e destaca que os adultos daquela geração não tinham muita fé no futuro quando olhavam para adolescentes como ele.

Wright acentua que jovens adultos costumam abandonar a religião organizada quando deixam a casa dos pais, mas retornam quando formam sua própria família. Rodney Stark também pede cautela. O sociólogo da Universidade Baylor diz que dados de suas pesquisas reafirmam resultados de outros estudos, mas que isso não é motivo para alarde. “Jovens sempre foram minoria ao frequentar igrejas, em relação os mais velhos”, ele escreve. Stark é confiante ao dizer que os jovens retornarão. “Um pouco mais à frente, quando tiverem se casado e, principalmente, após a chegada dos filhos, eles se tornam mais frequentes na igreja. Isso acontece em todas as gerações”.

Em última instância, retornar ao aprisco após uma ausência de dois ou três anos é uma coisa – depois de uma década, contudo, é mais improvável. Além disso, há que se levar em conta que uma mudança tem ocorrido na cultura de maneira ampla. As gerações anteriores foram rebeldes por um momento, mas ainda assim habitavam uma cultura predominantemente judaico-cristã. Os jovens afastados de hoje encontram fora da igreja um caldo cultural que não favorece muito o retorno ao sagrado. Por isso, a necessidade é do lento, porém frutífero, trabalho de construir relacionamentos com aqueles que abandonaram a fé. Isto irá requerer de cada parte envolvida – pais e filhos, Igreja, conselheiros, educadores cristãos – o esforço de olhar além do ceticismo e enxergar a necessidade espiritual de cada um. Uma vez que cada queixa, história e demanda for ouvida e compreendida, certamente serão construídas pontes de confiança e o caminho de volta para casa será iluminada com amor.

Drew Dyck é diretor de redação da revista Leadership Journal do grupo Christianity Today International, e é autor de Generation ex-Christian: Why young adults are leaving the faith . . . and how to bring them back (“Geração ex-cristã: Por que jovens adultos abandonam a fé... E como trazê-los de volta)

Senador Magno Malta afirma que a “Lei da Palmada” não será aprovada no Senado

Senador Magno Malta afirma que a “Lei da Palmada” não será aprovada no SenadoA polêmica em torno da Lei da Palmada ganhou mais um capítulo, agora com a declaração do Senador Magno Malta de que no Senado, a lei não será aprovada, segundo informações de seu site oficial.

A lei aprovada na Câmara dos Deputados prevê punições aos pais que imporem correções aos filhos através de castigos físicos, como uma palmada, por exemplo.

-“Sempre provei para população, que família estruturada reflete uma sociedade também estruturada. Filhos têm que ser educados pelos pais. Não podemos interferir na educação e nos bons costumes familiares”, declarou o senador, que é um dos políticos evangélicos com mais destaque no país.

Antes da aprovação na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar Evangélica chegou a obstruir a votação, pedindo alterações significativas no projeto, porém o Governo impediu que as alterações propostas fossem incluídas e assim, o projeto foi aprovado com alterações mais leves.

No entender dos políticos cristãos, assim como do pastor Silas Malafaia, que chegou a classificar a lei como “palhaçada de deputado que não tem o que fazer”, a lei interfere no direito dos pais educarem e corrigirem seus filhos como entenderem ser mais adequado.

O senador afirmou ser contra violência, mas ressaltou a importância da educação e de uma família estruturada: “É lógico, que sou contra qualquer tipo de violência, mas Deus permitiu as mães corrigirem os filhos com palmadas. Este tipo de correção é também uma forma de amor. É melhor fazer uma criança chorar, do que ter que chorar no futuro”.

Fonte: Gospel+