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Pastor na Igreja Batista Viva Yahweh Shammah - sede - Bomba do Hemetério - Recife-PE - Casado com Tatiana Santa Cruz e pai de Stefany Victória e Sophia Victória. "Instruir o povo na adoração a Deus e viver a simplicidade do Evangelho de Jesus Cristo é a missão que me foi confiada".

sábado, 27 de outubro de 2012

O músico, a profissão e a igreja

Pr. Anderson Alcides


“A música (do grego μουσική τέχνη – musiké téchne, a arte das musas) é uma forma de arte que se constitui basicamente em combinar sons e silêncio seguindo uma pré-organização ao longo do tempo.

Há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história. Provavelmente a observação dos sons da natureza tenha despertado no homem, através do sentido auditivo, a necessidade ou vontade de uma atividade que se baseasse na organização de sons. Embora nenhum critério científico permita estabelecer seu desenvolvimento de forma precisa, a história da música confunde-se, com a própria história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humana.” [1]

A carreira profissional, seja de qualquer área, exige muita dedicação. A música, além de talento, requer também persistência. É preciso estudar, e muito.

Há muitos séculos atrás, esta classe de profissionais era muito mais valorizada. Para alguém mostrar que era bom, era necessário muito suor.

As pessoas comentavam sobre a obra do músico. A sociedade ficava na expectativa do que o músico iria “aprontar”. Por vezes, a obra não saia muito perfeita, era alvo de críticas. Gente das mais altas classes sociais, muitas vezes encomendavam ao músico uma sinfonia, uma música. Fosse para homenagear alguém, um evento e até guerras.

Por exemplo, a 9ª Sinfonia de Ludwig Van Beethoven (sem entrar muito nos detalhes) foi encomendada pela A Philharmonic Society of London (“Sociedade Filarmônica de Londres”), atual Royal Philharmonic Society (Real Sociedade Filarmônica), em 1817. Em 1824, Beethoven a concluiu. Sete anos de trabalho duro.

Música fala profundo à nossa alma. Ela cria marcas. Faz-nos lembrar de momentos alegres e infelizmente tristes. Quantas vezes não nos sentimos em nostalgia ao ouvir uma música, uma canção, uma sinfonia? Música é arte.

Os tempos mudaram, e como mudaram. Atualmente temos muitos grupos musicais, solistas, bandas. Alguns com competência musical singular, outros acham que a tem – digamos a verdade. Basta alguém montar acordes simples, colocar uma letra e voilá. Mas o músico sério, que trabalha sério, que quer ver seu trabalho honrado e reconhecido, que estuda música anos a fio, sabe que não é bem assim.

Atualmente temos reality shows com o intuito de promover músicos ao mercado. Parece que tá faltando gente boa – deve ser por isso que promovem estes programas. Também não é de se espantar que a concorrência é acirrada. É difícil alguém bom, aparecer do nada com uma bela composição. Alguns começam em barzinho, tocando bossa nova, mpb, sertanejo, até que um agente o descubra. Isto é bastante comum, principalmente no nosso Brasil varonil, em que há tanta gente diferente, com habilidades incríveis.

Não fechamos os olhos de que por trás de tudo isto, está o interesse monetário, mercadológico, e mercenário – tem gente que se presta a cada papel para “brilhar”, não é mesmo?!

Recentemente a Rede Globo de Televisão, fez a versão brasileira do reality show estadunidense, o programa The Voice.

Fiquei espantado (ou nem deveria ficar) com a quantidade de candidatos que disseram que começaram a carreira na igreja.

Já vi músicos que por se dedicarem ao ministério, a sua igreja local, procurando darem o melhor, buscando melhorar o serviço, não foram valorizados, e assim, acabaram deixando o ministério. Seja por falta de incentivo, seja por não conseguir conciliar trabalho, família, e ministério de música, e por fim, terem que optar pelo óbvio, sua sobrevivência.

Outros, que, por uma proposta da igreja local, com o desejo de eles se aperfeiçoassem, se dedicassem exclusivamente a esta área da igreja, não foram bem remunerados e tiveram que buscar trabalho em lugares, e que não seria muito coerente para um cristão.

Afinal, ser músico, também é profissão. Embora muitos parecem não entender. Já viu algum músico comentar que alguém perguntou para ele: “O que você faz?”, e ao responder que é músico, o outro retruca: “Ahh legal, mas você trabalha em quê?”.

Óbvio que há aqueles que fazem seu trabalho na igreja por prazer e não como profissão. Querem ajudar sua comunidade e família de fé, e por já terem também a sua profissão definida, querem apenas servir. Mas quero me ater aqueles que o fazem por profissão, ou seja, que são músicos de profissão (não amadores, mesmo que haja muitos com perfil profissional). Aqueles que estudam dias a fio, com a cara nos livros, com o instrumento em mãos, lendo partituras, tablaturas, cifras, estudando solfejos, técnicas vocais, etc.

Nestes dias, é mais do que necessário investirmos nesta área no contexto ministerial. Muitas canções, ditas evangélicas em nosso meio, infelizmente são tão mundanas quanto qualquer uma que não é entoada no ambiente do culto. Investir nesta área, é também cuidar da saúde espiritual da igreja de Cristo.

Conheço igrejas, que no departamento de música, há músicos profissionais, que atuam exclusivamente para o ministério. São remunerados por isso, afinal digno é o obreiro do seu salário.

Eles analisam letras de canções, se são bíblicas ou não, se a teologia de uma canção é sã, se ela realmente expressas verdades contidas nas Escrituras, se ela exalta a Cristo. Se o ritmo, o arranjo, a letra é de fácil compreensão na congregação.

O mercado gospel tem fabricado muitos cantores, e muitos sem compromisso com Cristo e seu Evangelho. Não são todos. Mas há. Por isso é importante olharmos para este lado da igreja.

Tudo isto me levou a refletir sobre algumas coisas e irei numerá-las:

1) Qual a motivação real de um músico ao iniciar sua vida ministerial na igreja?

2) Será que a liderança está valorizando a carreira musical dos músicos na igreja e com isso dando condições para se aperfeiçoarem?

3) Será que os músicos que começaram na igreja sabem o que é ministério, o que é profissão, suas particularidades, suas diferenças e semelhanças?

4) Nossos ministérios estão preparados para dar o suporte necessário, à pessoa que realmente estudou ou estuda música, para que ela possa se dedicar inteiramente a esta profissão e exercer plenamente na igreja?

5) Se temos condições, porque não investimos nestes irmãos músicos para que se dediquem inteiramente à música na igreja?

6) Será que sabemos ensinar os músicos cristãos a glorificar a Cristo em sua profissão, mesmo que esteja atuando no secular e não dentro da igreja? E muitas vezes tendo que recusar alguns trabalhos porque vão de encontro à sua fé!

Estes são poucos pontos, mas creio que pode nos dar um norte para começarmos a mudar alguns conceitos.

Sei que há muito mais para ser dito. Deixo aberto o espaço para comentários e opiniões. Creio que podemos aprender muito e realmente valorizar esta tão encantadora profissão.

Fonte: Genizah


Sim, você pode falar “membra” Pastor e professor da língua portuguesa fala sobre livro que reúne o português e a Palavra de Deus em um mesmo lugar

Quem já não ouviu uma pessoa dizer “agora fulana virou membra da nossa igreja” e achou a frase um assassinato da língua portuguesa? Mas desde 2009, a palavra passou a ser aceita pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, VOLP, e pela Academia Brasileira de Letras. Essa e outras curiosidades, o pastor e professor, Samuel Ferreira ensina no livro “Com a Palavra, o Português”, lançado em julho deste ano.
A obra reúne o português utilizado no dia a dia com citações bíblicas. Samuel ensina a palavra com exemplos extraídos da Palavra de Deus. “Procuro ensinar o português e despertar o não crente a ler a Bíblia e o contrário também. Ensinar aqueles que gostam da Bíblia, a gramática da língua portuguesa”, diz Samuel. O professor explica que situações com erros gramaticais são recorrentes dentro das igrejas, como as frases: “Irmão, não pode idolatrar porque ela não é idola de ninguém”, “Nós somos todos unido” ou “é um previlégio servir o Senhor”.
Segundo o escritor, os principais erros são relacionados a advérbios invariáveis, conjugações e plural. Na forma oral, a linguagem não precisa ser culta, mas durante os cultos a língua formal é a mais aconselhada pela variedade do público que assiste, ensina Samuel. “Uma vez estava em uma reunião com uma pessoa e a cada minuto ela fazia uma observação de um erro que o pastor pronunciava, então percebo que a falta do bom português dificultou a absorção da Palavra de Deus pelo meu irmão”.
Samuel sorri ao mostrar opróprio livro
Samuel ainda acrescenta que muitos cristãos leem a Bíblia apenas durante os cultos do final de semana. “As escrituras são ricas e cheias de informações que produzem vida no nosso espírito e nos dão conhecimento. Sua leitura é totalmente imprescindível”, conclui.
O segredo da boa oralidade e escrita é falar com simplicidade coisas complexas. Jesus partia deste princípio ao usar do conhecimento do povo para passar o conhecimento do reino de Deus. O professor Samuel ensina que um dos versículos da Bíblia diz que a multidão se admirava com a doutrina de Jesus, pela forma clara e a autoridade que ensinava.
“Com a Palavra, o português”
No livro essa e outras dicas são transmitidas a partir de referências bíblicas. São 1800 citações em 12 versões diferentes. Samuel produziu o conteúdo em 10 anos de pesquisa. Na obras, encontram-se também histórias engraçadas, origens das palavras.
Fonte: Lagoinha.com

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Brasil é o maior mercado consumidor de crack


o Correio do Estado
O Brasil é o maior mercado mundial do crack e o segundo maior de cocaína, conforme resultado de pesquisa do Inpad (Instituto Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas) da Unifesp(Universidade Federal de São Paulo). Os dados do estudo – que ouviu 4,6 mil pessoas com mais de 14 anos em 149 municípios do país – foram apresentados nesta quarta-feira na capital paulista.
Os resultados do estudo, que tem o nome de Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), apontam ainda que o Brasil representa 20% do consumo mundial do crack. A cocaína fumada (crack e oxi) já foi usada pelo menos uma vez por 2,6 milhões de brasileiros, representando 1,4% dos adultos. Os adolescentes que já experimentaram esse tipo da droga foram 150 mil, o equivalente a 1%.
De acordo com o relatório, cerca de 4% da população adulta brasileira, 6 milhões de pessoas, já experimentaram cocaína alguma vez na vida. Entre os adolescentes, jovens de 14 a 18 anos, 44 mil admitiram já ter usado a droga, o equivalente a 3% desse público. Em 2011, 2,6 milhões de adultos e 244 mil adolescentes usaram cocaína.
O levantamento do Inpad revelou também que a cocaína usada via intranasal (cheirada) é a mais comum. Aproximadamente 5,6 milhões de pessoas já a experimentaram na vida e, somente no último ano, 2,3 milhões fizeram uso. Entre os adolescentes, o uso é menor, 316 mil experimentaram durante a vida e 226 mil usaram no último ano.
A pesquisa também comparou o consumo de cocaína nas regiões brasileiras em 2011. No Sudeste está concentrado o maior número de usuários, 46% deles. No Nordeste estão 27%, no Norte 10%, Centro-Oeste 10% e Sul 7%. Relatórios com resultado e metodologia estão na página do Inpad na internet .

domingo, 2 de setembro de 2012

Morre Carlo Maria Martini: A voz do cristianismo aberto, sofrido e dialogante.




A morte do cardeal provocou grande emoção na Igreja e no mundo secular, com o qual o incansável bispo biblista sempre buscou o debate.

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 31-08-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Com a morte do cardeal Carlo Maria Martini, desaparece um grande protagonista da vida da Igreja dos últimos 30 anos. Arcebispo de Milão por 22 anos, Martini foi muitas vezes considerado quase o antagonista de João Paulo II, o papa que o havia escolhido para enviado com apenas 52 anos à frente da maior diocese da Europa, entre as mais importantes do mundo.

O cristianismo de Martini sempre foi considerado aberto, sofrido, dialogante. Basta lembrar o que significou a "Cátedra dos não crentes", através da qual o cardeal queria dialogar com quem não crê, com quem está em busca, com que é dilacerado pelas dúvidas. Mas não devemos esquecer que o cardeal emérito de Milão, falecido nessa sexta-feira depois de uma longa doença, foi o arcebispo da "Palavra de Deus", da meditação, da oração, da eucaristia. E, portanto, seria errado querer esmagá-lo apenas sob o clichê do "bispo liberal", pronto para servir de contraponto ao papa e à doutrina oficial.

É verdade que, muitas vezes, nos anos do pontificado de Wojtyla – que coincidiram quase inteiramente com as do seu episcopado –, Martini expressou aberturas ou se mostrou possibilista em certas matérias, quase querendo marcar uma diferença com a linha romana. Mas também é verdade que muitas vezes as suas frases ou declarações foram enfatizadas para contrapô-lo a João Paulo II, apresentando-o durante ao menos dez anos como o mais "papável", candidato de ponta da ala liberal.

Enquanto outras afirmações – basta pensar nas palavras proferidas em defesa da vida e contra o aborto, a favor da igualdade escolar ou para propor uma integração atenta e inteligente dos muçulmanos presentes na cidade que não tinha nada a ver com um certo "bonismo" – passaram quase despercebidas.

Mesmo com relação a Bento XVI, seu coetâneo, professor como ele, Martini não deixou de marcar algumas diferenças. E não só por ter apresentado, como o fez, objeções ao livro Jesus de Nazaré (certamente apreciadas por Ratzinger mais do que muitos elogios indistintos). O cardeal jesuíta, a respeito dos divorciados em segunda união, reconhecimento das uniões gays e bioética, de fato, manifestou posições que geraram discussão também nos últimos anos e pareceu possibilista, para além da própria doutrina moral católica.

No entanto, hoje, o que mais chama a atenção, mais do que a "Cátedra dos não crentes" ou da "Escola da Palavra", dos seus inúmeros livros – que ele confidenciava nunca ter escrito, tendo sido quase sempre degravações dos seus discursos – foi talvez o modo pelo qual ele enfrentou a sua doença, o mal de Parkinson, o mesmo mal que havia dificultado os últimos anos do Papa Wojtyla.

Martini, cada vez mais impedido na fala e nos movimentos, se consumiu lentamente, parecendo ainda mais essencial. Ele sempre havia sido capaz de palavras profundas e nunca banais, palavras de esperança até mesmo para quem estava distante da fé. Mas o sofrimento do último período o tornou próximo e companheiro de estrada para muitos doentes.

Seria equivocado, ao recordá-lo no dia em que morreu, falar da sua recusa à obstinação terapêutica por ele manifestada nos últimos tempos, como se isso representasse o último contraponto de Martini diante da doutrina "oficial". Vale a pena lembrar que a Igreja não é favorável à obstinação terapêutica, e que o Papa Wojtyla também não quis voltar ao Hospital Gemelli após a última crise.



Entrevista realizada com o Cardeal em 2010


Quando fixamos a data do nosso encontro, o cardeal Carlo Maria Martini me disse que o tema sobre o qual desejava que se desenvolvesse nossa conversação era o da Ressurreição. Fiquei um tanto espantado e até preocupado e lhe fiz observar que sobre aquele argumento teríamos muito pouco a nos dizer. Se há um ponto sobre o qual o não crente não tem nenhuma possibilidade de contato com um cristão douto como Martini é precisamente aquele. Mas, o cardeal insistiu. “Verá – me disse – que nós dois teremos muitas idéias a compartilhar sobre aquele argumento. De resto, a Ressurreição é a tempo o fulcro de minha vida e tenho muita vontade de discuti-lo com você”

Encontramo-nos aos 10 de maio passado em Galarate, na casa de repouso da Companhia de Jesus, onde Martini mora há alguns anos, após os meses passados em Jerusalém. Em dois anos esta é a terceira vez que vou procurá-lo. Entrementes nos escrevemos e sentimos e agora estamos em confidência. Eu o estimo muito e creio que ele também gosta de mim.

O tempo - é verdade - passa com grande rapidez, mas ele não me pareceu mudado. A voz se debilitou, sim, é menos sonora ou eu estou mais duro de ouvido. Aproximamos um pouco mais as poltronas sobre as quais estávamos sentados.

A reportagem é de de Eugenio Scalfari, publicada no jornal La Repubblica, 13-05-2010. A tradução é de Benno Dischinger.

"Você escreveu um livro recentemente", me disse ele.



Sim, "Uma viagem na modernidade". Temo que, se tiver vontade de lê-lo, não estará de acordo sobre muitas coisas. 

Não esteja tão certo disso: entre um crente como eu e um não crente como você os pontos de encontro são muitos, como já o verificamos.

É verdade – respondi – porém você me propôs um tema, a Ressurreição, que tem mais o aspecto de um desafio do que de um terreno de encontro. Quem, como eu, não crê no além-mundo, muito menos crê na Ressurreição de Jesus e na nossa. Você, no entanto, vê no Ressurrecturis o fulcro de sua vida espiritual. Pode explicar-me a razão? No fundo se trata de um milagre. Eu pensava que você fosse antes cético sobre os milagres. 



A Ressurreição de Cristo não é um milagre. O Deus que através do Filho assumiu natureza humana, após a morte sobre a cruz reassume sua natureza divina e imortal. 

Entendo. Mas, a ressurreição dos mortos? Aquilo é um milagre. 

É um mistério, um mistério da fé. Você me perguntou por que ela representa, para mim e para toda a comunidade dos fiéis, o fulcro de nossa vida. Procurarei explicá-lo. A Ressurreição dos mortos é um fato historicamente positivo. O Espírito ressurge em todos nós. Ressurge a cada dia, ressurge quando oramos, quando nos comunicamos comendo o pão e bebendo o vinho do Senhor, quando ressurgem em nós a caridade e a esperança do futuro, tanto o terreno quanto o extraterreno. A história do mundo não seria aquela que é se a esperança não alimentasse os nossos esforços e a caridade não iluminasse a nossa vida cotidiana. A Ressurreição do Espírito é a chama que impulsiona as rodas do mundo. Você pode imaginar um mundo sem caridade e sem esperança?

Não o imagino de fato. Mas, esperança e caridade iluminam também a vida dos não crentes ou pelo menos a de muitos deles. Nós não temos necessidade da fé, e o amor do próximo, a meu ver, deriva de um instinto que opera em cada um de nós. É o instinto da vida, o instinto da sociabilidade, o instinto da sobrevivência da espécie. 

Você pensa que aquele instinto esteja sempre presente em cada indivíduo?

Penso que esteja sempre latente, mas sempre em contraste com o amor de si próprio. A vida não é senão um eterno contraste entre estes dois elementos. A vida humana se apóia sobre a dinâmica destes dois elementos. 

Cada vez que o amor do próximo vence sobre o egoísmo do amor de si, aquele é o momento no qual o Espírito ressurge. O fato que você o chame de instinto não muda a tessitura da vida: para mim é a ressurreição.

Mas não a ressurreição dos mortos. 

Aquilo é um mistério da fé, um a mais que nos ajuda. Eu não o chamo de milagre, chamo-o necessidade. A necessidade de viver com caridade e esperança.

Cardeal Martini: você conheceu o teólogo Hans Küng ? Conhece sua teologia?

Estávamos nós dois no Concílio Vaticano II. Temos a mesma idade, éramos então muito jovens, da mesma idade do papa Wojtyla. Depois o encontrei várias vezes, discutimos com freqüência, temos um bom relacionamento”. 

Küng faz uma afirmação muito clara em seu último livro. Diz que a fé ilumina a vida, mas que, para atingir a fé, se requer uma condição preliminar: é necessário acima de tudo amar a vida. Amá-la com um amor profundo. O amor pela vida é uma condição não suficiente, mas necessária para a maturação da consciência. Você está de acordo com esta posição?

Sim, estou de acordo com Küng. Penso também eu que seja preciso amar profundamente a vida para ser depois iluminados pela graça e pela fé. 

Tudo está em entender o que se entende quando se diz "amar profundamente a vida".

Você, o que pensa sobre isso? O que quer dizer?

Penso num amor responsável. Penso numa vida que não humilhe a vida dos outros, não lhe cause dano, mas antes a enriqueça de sentimentos e amadureça a humanidade que está em cada um de nós. 

Este é também o meu pensamento de cristão. O amor pela vida concebido deste modo é precisamente a condição necessária, embora insuficiente, que pode conduzir à fé. Ou então, parar naquela etapa inicial. 

Uma etapa imperfeita? Não perfeitamente madura?

* * *
Entendi que lhe custava muito responder a esta minha pergunta. Depois ele disse com um sopro de voz: “Uma gota de divino existe em cada homem. Somos as folhas dessemelhantes de uma única árvore. Não compete a mim distinguir as folhas mais bem sucedidas. Cristo disse: não julgueis”. 



Chovia a cântaros do lado de fora da janela. Trouxeram as pílulas para o cardeal e uma taça de chá para mim. As cortinas sobre os vidros eram adornadas com um recamo que me recordou minha casa de infância e a imagem de minha mãe. As preces que ela me fazia recitar às noites antes do sono. Pensei que os fiéis, os que crêem, aqueles verdadeiros, tinham permanecido um pouco crianças, mas depois afastei rapidamente aquele pensamento. Te sentes superior? Disse-me ele. És pó e pó voltarás a ser, por isso ele tem razão: não julgar. Eu lhe disse: “Na ressurreição não creio, mas creio no Gólgota”. 

"Estava para lhe perguntar isso. Diga-me".

"Creio no Gólgota porque ali foi celebrado o sacrifício de um justo, de um débil, de um pobre. Aquele sacrifício se repete a cada dia e é o verdadeiro e único pecado do mundo: o sacrifício, a aniquilação, a humilhação do pobre, do débil, do justo. O Gólgota configura o pecado do mundo". 

O cardeal olhou-me como se olha um catecúmeno, um olhar que me pareceu uma carícia. Notei que tinha um tique freqüente no olho esquerdo, seguidamente o fechava, mas quando o reabria era ainda mais expressivo que o outro. Creio que fosse o efeito de sua síndrome parkinsoniana, a mesma enfermidade do papa Wojtyla. 

Depois ele me disse: “Sim, o Gólgota representa o pecado do mundo. Às vezes a Igreja se ocupa de demasiados pecados e nem todos na Igreja sabem e sentem que aquele é o único, verdadeiro pecado: a aniquilação, a humilhação, o desconhecimento do próprio semelhante, tanto mais se é débil, se é pobre, se é excluído. E, se é um justo. Um que jamais faria coisas que humilham a dignidade da pessoa. O Gólgota deveria ser o início de um percurso penitencial que dura toda a vida”. 

Esta frase me golpeou; eu não tinha pensado num percurso penitencial. Quem estava envolvido naquele percurso de penitência? Perguntei-lhe e respondeu: “Todo o mundo”.

Mas, o vosso Cristo não tinha vindo para anunciar a salvação? Um pacto renovado entre o Senhor e os homens?

Exatamente. Trouxe a consciência do pecado que fora cometido e a necessidade de expiá-lo através da penitência.

Num outro encontro nosso você me falou da necessidade para a Igreja de revisitar o sacramento da confissão. Há um nexo entre aquele seu desejo e o que agora me disse?



A confissão deve ser para os cristãos o início de um percurso penitencial que dura toda a vida. Se o pecado é aquele que definimos como o verdadeiro pecado do mundo, a expiação não requer somente o ressarcimento material do dano; a expiação comporta muito mais: comporta a reeducação do pecador, a descoberta, de sua parte, de uma vida diversa. É a descoberta da alegria e do gáudio que aquela vida nova e diversa infunde em sua alma. 

Cardeal, tem presente o romance Ressurreição de Tolstoi?

Tem razão de recordá-lo. Aquele romance conta exatamente aquele percurso. O protagonista era um rico e jovem senhor que se aproveita e estupra um menor. Passam os anos e no fim o protagonista perdeu todo o seu patrimônio e é condenado e deportado à Sibéria, mas em sua consciência abriu caminho o sofrimento pelo que cometeu e a necessidade de expiá-lo. Quando a expiação toca o cume, sua alma se abre à consolação e à alegria. 

Você recordou Tolstoi; também Manzoni conta um processo análogo e a alegria que provém da expiação.

O inominado, seu arrependimento, o afã de expiar e a paz da alma que provoca a expiação.

"A pedofilia é um desses pecados?"

Eu ainda não tinha introduzido aquele tema, pois me parecia que fosse embaraçoso para um purpurado enfrentá-lo num colóquio com quem exerce profissão de jornalismo. Mas, num certo sentido era ele que me aduzira o tema. De fato respondeu sem hesitação. 

“A pedofilia é o mais grave dos pecados, não humilha somente a pessoa e o débil, mas viola precisamente o inocente. Acrescento: nos casos que se verificaram na Igreja os culpados são precisamente sacerdotes e bispos que têm como primeira tarefa a de educar os jovens e os jovenzinhos e devem, por conseguinte, relacionar-se com eles para cumprir seu magistério. Pode haver pecado mais grave do que este?”

A Igreja todavia condena o pecado mas perdoa o pecador. Não há aí contradição? O Papa assumiu um comportamento bastante rigoroso nestes últimos meses e até impôs um critério de transparência, convidando os bispos e os párocos a informarem a autoridade judiciária, distinguindo o crime do pecado. Gostaria de entender se isso tudo representa uma inovação do direito canônico. 

Não me ocupo de direito canônico porque neste caso ele tem bem pouco relevo. Quanto à denúncia do crime à autoria judiciária, direi que se trata de um ato absolutamente devido, pois a pedofilia é um grave crime em todos os códigos do mundo e é perseguido. Mas, tratando-se em geral de pessoas avançadas em anos, é lícito prever que a pena infligida pela autoridade judiciária teria uma execução relativamente breve. Em todo o caso, não é esse o ponto. Retorno ao tema da penitência e da expiação. Perdoa-se o pecador que cumpre um percurso penitencial que durará quanto dura sua vida terrestre. A expiação deve ser tão intensa que encha aquela alma e a faça assumir a tarefa de ressarcir quem sofreu o abuso. Digo ressarcir, mas não me refiro a um ressarcimento material que também é devido. Refiro-me a uma relação de almas. A alma do pecador não terá outro fim senão redimir-se, ressarcir os sentimentos violados, ressurgir. Somente desse modo encontrará a paz e a alegria.

* * *
Ele falara tudo num alento, gesticulando e agitando-se sobre sua poltrona. Também a voz subira de tom, tanto que depois se abandonou arquejante e fechou por um momento os olhos. 



Seu assistente, um jovem padre com fisionomia inteligente e modos cheios de atenção, assomou pela segunda vez: aquela pausa em nossa conversação talvez o tivesse alarmado. “Talvez esteja cansado”, disse, mas naquela altura o cardeal fez um gesto para dizer que de fato não estava cansado e queria continuar. Perguntei-lhe se houvera na história da Igreja santos que antes tinham sido pecadores. “Muitos”, respondeu. “O fato mais significativo de sua vida tem sido precisamente sua conversão do pecado à graça da fé junto ao início daquele percurso penitencial que os acompanhou até a morte”. 

Solicitei-lhe alguns nomes. “Menciono-lhe um por todos: o fundador de nossa Companhia, Santo Inácio. Contou-o ele próprio, pecou muito e fortemente, para dizê-lo com Lutero: sua conversão foi total, sua expiação longuíssima, acompanhada por um amor pela vida e pelas obras entre as quais precisamente a fundação de uma Companhia que após 400 anos é ainda uma das pilastras de nossa Igreja”.

Havia passado mais de uma hora e entendi que nosso encontro se encaminhava ao fim, mas ainda tinha muitas coisas a perguntar. Em particular, havia um tema que eu tinha a peito: a relação entre a missão pastoral da Igreja e sua organização institucional e hierárquica. Em suma: a Igreja como missão e a Igreja como centro de poder. 

Recorda, cardeal Martini? Você me contou, num encontro anterior, que no início do Conclave que elegeu há cinco anos o atual Pontífice, o senhor recordou aos seus co-irmãos reunidos na Sistina que o Conclave devia eleger o Bispo de Roma. O Papa tem de fato aquela função enquanto Bispo de Roma e como tal deve sempre permanecer. O senhor não me explicou então o sentido daquele seu discurso, me quer dizê-lo agora?

O sentido pode resultar obscuro para quem não atua na Igreja e para a Igreja, mas para nós é claríssimo. Os bispos são os sucessores dos apóstolos e a eles Jesus ditou uma só missão: ide e pregai aos povos a verdade, a caridade, difundi o Verbo, indicai o caminho. Esta é a missão dos Bispos, pastores de almas. Mas Jesus sabia que aquela missão devia ser encerrada numa bainha que lhe protegesse a essência e a preservasse no decurso dos séculos e dos milênios. Aquela que você chama instituição é precisamente a bainha organizacional, as Congregações, a Cúria, as finanças, os tribunais eclesiásticos. Servem para preservar a missão pastoral que representa a essência da Igreja.

O Papa é o Bispo de Roma e é o chefe da missão pastoral e da instituição. E então?

O Papa é o Bispo que senta sobre a sede que foi de Pedro. A missão pastoral é sua tarefa prevalente. O fato de que seja também um teólogo ou um diplomata ou um organizador é secundário. É e deve ser acima de tudo um pastor de almas que exerce aquela vocação junto com todos os outros Bispos.

Todavia, para grande parte de sua história, a Igreja foi sobretudo dominada pelo poder da instituição, e os Papas foram chefes de Estado e até guerreiros. O poder temporal sobrepujou a missão pastoral. 

Não penso que a tenha sobrepujado, mas certamente aconteceu que o poder e sua conservação tenham tido uma importância excessiva e a missão pastoral tenha sofrido os contragolpes. 

Ainda é assim também hoje?

Estes defeitos ainda subsistem, o poder temporal, em outras formas, é ainda uma tentação no interior da Igreja. Mas aquilo que nós chamamos o povo de Deus, os fiéis, o clero com cura de almas, as associações e o voluntariado católico, constituem a verdadeira bainha de custódia de nossa essência. 

Eu lhe faço uma última pergunta, porque estou abusando de seu tempo. A Igreja, para cumprir sua missão, deve ter contatos com os poderes públicos que encontra em seu caminho. Talvez encontre regimes de ditadura e tirania, e outras vezes regimes democráticos. São formas políticas indiferentes para a Igreja ou ela é chamada a fazer uma escolha entre elas?

A Igreja deve fazer uma escolha, embora ela deva incluir sistemas políticos estranhos à sua concepção. Até é próprio, nos territórios onde a liberdade e a igualdade são negadas, que o testemunho da Igreja se torna precioso. Mas, para mim não há dúvida: a Igreja que reivindica a liberdade religiosa, por isso mesmo compartilha princípios de liberdade, de igualdade, de inclusão, de respeito da dignidade das pessoas. Estes princípios valem, devem valer também no interior da Igreja, onde o Papa exerce sua missão junto ao Episcopado e ao povo de Deus, nas várias formas conciliares que nossa organização prevê.

* * *
O encontro tinha terminado. O jovem sacerdote entrara novamente para ajudar o cardeal a levantar-se. Eu lhe disse: “Da próxima vez quero vê-lo pular corda”. Olhou-me sorrindo e disse: “Volte logo”. Depois me acariciou a face com um toque rápido. Fiz o mesmo com ele. Estávamos os dois um pouco comovidos. Lá fora continuava chovendo.


Em UNISINOS 

Fonte: Genizah

Morre aos 92 anos Sun Myung Moon, o reverendo Moon Nascido na Coreia do Norte, ele é fundador da Igreja da Unificação. Ele estava internado em um hospital perto de sua casa, em Seul.

Reverendo Moon durante sua festa de aniversário de 91 anos em fevereiro de 2011. (Foto: Jo Yong-Hak/Reuters)


Morreu neste domingo (2) aos 92 anos o líder religioso Sun Myung Moon, conhecido como reverendo Moon. Nascido na Coreia do Norte, ele era fundador da Igreja da Unificação. Ele estava internado num hospital próximo à sua residência, em Seul.

De acordo com a agência de notícias AP, Sun Myung Moon estava hospitalizado havia duas semanas, em decorrência de uma pneumonia. Ele deixa viúva sua segunda esposa e, ao todo, dez filhos, informa a AP.

(Correção:  Ao ser publicada, este reportagem informou erroneamente que Sun Myung Moon nasceu na Coreia do Sul. Na verdade, ele nasceu na Coreia do Norte. O erro foi corrigido às 16h33 deste domingo.)

O reverendo Sun Myung Moon era fundador e presidente da Federação das Famílias para a Unificação e Paz Mundial, conhecida no Brasil como a Associação das Famílias. Em 2000, o reverendo comprou o clube de futebol Atlético Sorocaba.

A Igreja da Unificação foi fundada por Sun Myung Moon em 1954 na Coreia do Sul.
Segundo a agência AFP, o movimento, famoso pelas cerimônias de casamento que reúnem milhares de casais, afirma estar presente em quase 200 países e reivindica três milhões de adeptos.

De acordo com o obituário da AP, a Igreja da Unificação envolveu-se em controvérsia em razão de suas estratégias para atrair fiéis. O texto diz que pais dos seguidores da seita nos Estados Unidos e em outros país mostravam preocupação de que seus filhos estivessem sofrendo "lavagem cerebral". A igreja teria respondido que diversas outras religiões haviam enfrentado controvérsias semelhantes nos períodos imediatamente posteriores às suas respectivas fundações.
Recentemente, contudo, a Igreja da Unificação "concentrou-se em erguer um império no ramo dos negócios", prossegue o obituário. O conglomerado inclui o jornal "Washington Times", o New Yorker Hotel, em Manhattan, a Universidade Bridgeport em Connecticut e ainda um hotel e uma pequena montadora na Coreia do Norte. 

Além disso, foram adquiridos uma uma estação de esqui, um time de futebol e outros negócios na Coréia do Sul, bem como uma empresa de distribuição de frutos do mar que vende sushi para restaurantes japoneses nos Estados Unidos.
Fonte: G1

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Resposta sobre a ressurreição de Cristo a um espírita kardecista




por Pr. Gustavo Melo
COMENTÁRIO DE UM ESPÍRITA KARDECISTA
 
> Não faz nenhum sentido crer na salvação mediante a aceitação de Jesus como Salvador ou como um dom gratuíto de Deus vai contra lógica de qualquer pessoa que pense com equilíbrio.Seria muito cômodo matar, roubar, estuprar etc.. e depois se arrepeder e aceitar Jesus como salvador, quanta insensatez pois se Deus reserva o paraíso para os criminosos arrependidos que lugar Ele reservaria para os justos que praticaram o bem a vida toda?Isto seria uma aberração contra a justiça divina.Então será que somente a aceitação de Jesus e a crença em Deus nos salvará? Vejamos o que diz o Mestre:18 Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu? tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras,e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
20 Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?
21 Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?
24 Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.
26 Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto,assim também a fé sem obras é morta.
Então como vemos é preciso ter obras e não somente fé!!! Outra coisa, Jesus Disse: Onde duas ou 3 pessoas estiverem reunidas em meu nome eu estarei no meio delas, e não disse onde duas ou três pessoas estiverem em tal igreja ou tal centro espírita eu estarei entre elas, provando que ELE não deixou religião mas sim relgiosidade.Quanto a ressureição do Cristo a várias teorias quanto ão desaparecimento do seu corpo, talvez José de Arimatéia o tenha escondido com medo dos fanáticos daí as pessoas pensarem que como o corpo desapareceu e Jesus apareceu teria ressucitado, outra tese mais forte é a do Santo sudário, o pano que envolveu o corpo de Cristo e que o impregnou com sua imagem em sangue, demonstrando com testes feitos em universidades do exterior através do carbono14 que houve uma explosão do corpo de jesus em alta potência liberando os elementos quimicos, ora se explodiu o corpo não podia ter ressucitado, mesmo pq um corpo material não atravessa paredes como jesus fez depois de morto quando atravessou um quarto fechado e apareceu ãos dicípulos, e em mais 40 dias aparecendo e deaparecendo e nunca fez isso antes de morto, lógico pq agora ELE reapareceu materializado com os seu corpo espiritual, claro que Jesus não necessita reencarnar pois apenas ENCARNOU em missão,mas nós sim reencarnaremos quantas vezes forem precisas para justificar nossas obras e alcançar nossa salvação…. Muita Paz!!!!
 
 
NOSSA RESPOSTA
 
> crer na salvação mediante a aceitação de Jesus como Salvador ou como um dom gratuíto de Deus vai contra lógica de qualquer pessoa que pense com equilíbrio
 
Realmente ficamos impressionados com tal doutrina, pois nossa natureza pecaminosa sempre desejará conquistar a salvação por méritos próprios. Não somos humildes o suficiente para aceitar gratuitamente essa salvação que está disponível a todos através e unicamente pela obra perfeita realizada pela pessoa de Cristo Jesus. A salvação é um dom imerecido a todos aqueles que creem no Filho Ungênito de Deus. Para o nosso senso de justiça isso pode ser ilógico, mas para Deus não. Parafraseando o que disse o apóstolo Paulo “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;” (1 Coríntios 1.27). De fato ficamos totalmente desequilibrados e constrangidos por este tão grande amor.
 
 
> Seria muito cômodo matar, roubar, estuprar etc.. e depois se arrepeder e aceitar Jesus como salvador, quanta insensatez pois se Deus reserva o paraíso para os criminosos arrependidos que lugar Ele reservaria para os justos que praticaram o bem a vida toda? Isto seria uma aberração contra a justiça divina.
 
O nome disso é GRAÇA, favor imerecido. Jesus salvou o ladrão na cruz, perdoou o impetuoso Pedro, a prostitua Madalena, o impostor Zaqueu, o pervertido Gustavo Melo e quer salvar também a você. Paulo escrevendo aos romanos disse: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. (Romanos 3:10-12, 23). O que para nós pode significar insensatez ou loucura para Deus significa GRAÇA.
Somos a cópia fiel do irmão do filho pródigo, que fica indignado não aceitando ver o grande amor do Pai Celestial aos filhos desobedientes. (Lucas 15.11-32)
Sempre que houver um coração verdadeiramente arrependido por seus delitos e pecados, haverá sempre um Deus amoroso e perdoador para abraçá-lo e concedê-lo perdão.
 
 
> Então será que somente a aceitação de Jesus e a crença em Deus nos salvará?
Então como vemos é preciso ter obras e não somente fé!!!
 
Exatamente! Somente a aceitação de Jesus e a crença em Deus nos salvará! As Escrituras afirmam ser Jesus o único caminho para a salvação (João 14.6, Romanos 3.21-26). É através dEle somente, que o perdão de Deus está disponível (Romanos 5.12-21). Rejeitar Jesus Cristo é, portanto, rejeitar a graça e o perdão de Deus, rejeitar o único meio de salvação que Deus proporcionou. O apóstolo também entendeu isso, pois em João 3.18, ele afirmou: “Quem crê nele [Jesus] não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”(ênfase nossa). O apóstolo Pedro em sua pregação, disse com muita propriedade: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4.12).
 
Daí você cita Tiago 2 e conclui: “Então como vemos é preciso ter obras e não somente fé!!!”
 
O amigo faz uma leitura equivocada da epístola de Tiago isolando um texto Sagrado em detrimento das Escrituras como um todo.
Eu diria: “Somos salvos unicamente pela fé em Cristo Jesus para as boas obras”.
Não somos salvos pelas obras, mas para as obras. Ou seja, somos salvos pela fé em Jesus e por causa disso praticamos a caridade.
Logo não é a caridade que nos salva. Todavia, sendo salvos por Jesus, praticamos as mesmas obras que Ele praticou.
Paulo escrevendo aos efésios disse: “Porque pela GRAÇA sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das OBRAS, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:8-9).
 
 
> Outra coisa, Jesus Disse: Onde duas ou 3 pessoas estiverem reunidas em meu nome eu estarei no meio delas, e não disse onde duas ou três pessoas estiverem em tal igreja ou tal centro espírita eu estarei entre elas, provando que ELE não deixou religião mas sim relgiosidade.
 
Concordo com a afirmação de que Jesus não deixou religião, mas sim Sua igreja. Igreja é todo aquele que professa fé salvífica unicamente em Cristo Jesus.
A igreja não salva ninguém, assim como nossas obras não nos garante salvação (conforme os textos acima citados). Quem nos salvou foi Jesus morrendo na cruz do Calvário por pobres miseráveis como eu e você. A igreja é, portanto, um instrumento divino para que possamos crescer em amor e comunhão uns para com os outros, além de anunciar essa maravilhosa boa nova de salvação ao mundo (Marcos 16.15).
 
 
> Quanto a ressureição do Cristo a várias teorias quanto ão desaparecimento do seu corpo, talvez José de Arimatéia o tenha escondido com medo dos fanáticos daí as pessoas pensarem que como o corpo desapareceu e Jesus apareceu teria ressucitado, outra tese mais forte é a do Santo sudário, o pano que envolveu o corpo de Cristo e que o impregnou com sua imagem em sangue, demonstrando com testes feitos em universidades do exterior através do carbono14 que houve uma explosão do corpo de jesus em alta potência liberando os elementos quimicos, ora se explodiu o corpo não podia ter ressucitado, mesmo pq um corpo material não atravessa paredes como jesus fez depois de morto quando atravessou um quarto fechado e apareceu ãos dicípulos, e em mais 40 dias aparecendo e deaparecendo e nunca fez isso antes de morto, lógico pq agora ELE reapareceu materializado com os seu corpo espiritual, claro que Jesus não necessita reencarnar pois apenas ENCARNOU em missão, mas nós sim reencarnaremos quantas vezes forem precisas para justificar nossas obras e alcançar nossa salvação.
 
Em primeiro lugar não podemos viver de teorias, mas de fatos. O Sudário continua sendo um objeto de estudo ainda com muitas lacunas por parte da ciência.
Sendo assim, não podemos validar nossa crença ou descrença na ressurreição de Cristo através de um objeto que levanta dúvidas na comunidade científica.
Por outro lado podemos citar algumas evidências históricas internas e externas acerca da ressurreição de Jesus:
 
1. A ressurreição foi profetizada pelas Escrituras. O AT profetizara acerca dessa doutrina (Salmo 49.14,15, 16.10, Oséias 6.2, Ezequiel 37.1-14, Isaías 26.13-19)
No Novo Testamento existem inúmeros textos (Mateus 16.21, Marcos 8.31, Lucas 9.22, 1 Coríntios 15.13-17, Atos 1.3). O Novo Testamento vai além e ensina que a ressurreição de Cristo foi o único fato que tornou evidente que Jesus era de fato o Filho de Deus (Romanos 1.4).
 
2. A pedra de duas toneladas e o selo romano foram removidos do túmulo, diante da guarda romana (Mateus 27.66, 28.2, João 20.1). Isso é interessante, pois um selo romano significava poder e autoridade e a quebra dele traria severas consequências (pena de morte) para os que estavam sendo responsáveis por ela;
 
3. A guarda romana foi subornada pelas autoridades religiosas para esconder o que realmente ocorreu na manhã daquele domingo de Páscoa (Mateus 27.64);
 
4. Outro fato importante é o do túmulo vazio. Tanto judeus como romanos admitiram que o túmulo estava vazio e nunca a história ou a arqueologia pode comprovar a existência do corpo de Jesus. Muito pelo contrário, além das evidências bíblicas, algumas extra-bíblicas comprovam isso. O historiador judeu Flávio Josefo e um documento judaico do V século, chamado de Toledoth Jeshu comentam sobre a ressurreição de Cristo.
 
5. A mortalha é outra prova da ressurreição de Cristo. Pedro e João ao visitarem o túmulo viram a mortalha, no formato do corpo, levemente amassada e vazia. Além disso João registra ter visto o lenço que cobria a cabeça de Jesus, dobrado em um lugar à parte (João 20.7)
 
6. O testemunho ocular dos que viram Jesus ressuscitado. Inúmeras pessoas testemunharam a ressurreição de Cristo. Depois de aparecer aos discípulos, foi visto por mais de quinhentas pessoas e muitas delas estavam vivas quando o apóstolo Paulo escreveu aos coríntios (1Coríntios 15.6). Se isso fosse uma fraude, algum historiador da época teria registrado. Tom Anderson, que foi presidente da Associação dos Advogados do júri da Califórnia, certa vez disse: “O silêncio da história é ensurdecedor, quando vem testemunhar contra a ressurreição de Cristo”. As reações foram variadas, Madalena ficou emocionada, já os discípulos, amedrontados e Tomé, cético.
 
7. As mulheres foram as primeiras a ver Jesus ressuscitado. É importante ressaltar que o testemunho de uma mulher não era considerado confiável na época, por isso a reação dos discípulos foi inicialmente de suspeita e descrença (Marcos 16.11). Flavio Josefo escreveu: “Das mulheres, nenhuma evidência será aceita, por causa da frivolidade e temeridade do seu sexo” (Antigüidades iv.8.15). Portanto, se o relato acerca da ressurreição tivesse sido manipulado, os evangelistas certamente ocultariam esta passagem histórica.
 
8. A vida dos apóstolos, discípulos e gentios foi totalmente transformada através da fé em Cristo e na sua ressurreição. “A evidência conclusiva contra a possibilidade de que os discípulos roubaram o corpo é a disponibilidade dos discípulos de sofrer e até morrer por sua fé, crendo que realmente houve a ressurreição do Senhor. E isto depois de terem fugido e se escondido durante a crucificação”. (Rev. Franklin Ferreira).
 
Diferentemente do espiritismo, “fé não significa um salto no escuro, uma credulidade irracional, uma crença divorciada das evidências e contrária à razão. Significa crer à luz de fatos históricos, coerentemente com as evidências, e com base em testemunhas” (Dr. George Ladd).
O mais relutante dos convertidos disse certa vez: “no início de 1926, o mais ardente dos ateus que eu jamais conheci, sentou-se em minha sala, do outro lado da lareira, e observou que a evidência da historicidade dos Evangelhos era surpreendentemente boa!… [Assim], no fim do ano escolar em Trinity, em 1929, cedi, admiti que Deus era Deus, ajoelhei-me o orei! talvez, naquela noite, eu fosse o mais abatido e relutante convertido de toda a Inglaterra.” (C. S. Lewis, autor das Crônicas de Nárnia)
Que a iluminação do Espírito Santo de Deus possa alumiar nosso finito entendimento e que, assim como Lewis, possamos nos render a esse tão grande amor.
“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
“Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores.” (Romanos 5:8)

Fonte: ibrpe