Morte do aiatolá Fadlallah, aos 75, foi anunciada neste domingo em Beirute.
Anti-americano, líder religioso foi fundamental para a ascensão xiita no país.
O grande aitolá xiita Mohamed Hussein Fadlalah, considerado o primeiro guia espiritual do partido pró-iraniano Hezbollah e catalogado como "terrorista" pelos Estados Unidos, morreu neste domingo (4), aos 75 anos, em um hospital de Beirute, segundo informou um de seus principais conselheiros.
O grande aiatolá foi internado na sexta-feira (2) por causa de uma hemorragia interna.
Mohamed Hussein Fadlalah era considerado o guia espiritual do Hezbollah durante os primeiros anos deste movimento pró-iraniano fundado em 1982 com o apoio da Guarda da Revolução iraniana.
Fonte: G1
Como o atual líder do Hezbollah, Hassan Nasralah, estava inscrito na lista americana de "terroristas internacionais" estabelecida em 1995.
Nos anos 1980 a imprensa americana o acusou de estar por trás de vários sequestro de americanos no Líbano por grupos radicais vinculados ao Irã. Outros meios de comunicação o apresentavam, no entanto, como um mediador da crise, e, por fim, seu papel nunca foi esclarecido.
Em linha com o Hezbollah (o Partido de Deus, em árabe), era a favor da instauração de um regime islâmico no Líbano, apesar de acha que isso só seria possível pela vontade popular.
Por outro lado, rejeitou os chamados à guerra santa de Osama bin Laden e dos talibãs, aos quais considerava seita.
Em 2005 condenou os ataques contra civis depois dos atentados cometidos na estação balneária egípcia de Sharm el-Sheikh.
Autor de vários livros teológicos, o "Sayyed" (título dado aos descendentes do profeta Maomé) era conhecido por sua abertura ao desenvolvimento científico e de sua audácia na interpretação dos textos do Islã.
Fadlallah, um carismático líder de longa barba branca e rosto sereno, também era célebre por seus decretos religiosos considerados tolerantes em relação às mulheres. Por exemplo, em seu decreto ou "fatwas", proibiu a ablação do clitóris e autorizou às mulheres rezar com as unhas pintadas.
Em junho de 2009, em pleno debate sobre o véu integral na França, acusou o presidente francês Nicolas Sarkozy de "oprimir a mulheres e de atacar sua vontade e sua liberdade de escolha ao proibi-la de escolher suas prendas".
Fadlallah escapou de vários ataques. Em um deles, num subúrbio de Beirute, morreram 80 civis em 1985.
*(Com informações da AP e da France Presse)
Nenhum comentário:
Postar um comentário