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Pastor na Igreja Batista Viva Yahweh Shammah - sede - Bomba do Hemetério - Recife-PE - Casado com Tatiana Santa Cruz e pai de Stefany Victória e Sophia Victória. "Instruir o povo na adoração a Deus e viver a simplicidade do Evangelho de Jesus Cristo é a missão que me foi confiada".

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Música: Faltam professores para cumprir ensino obrigatório

O ensino de música se tornará obrigatório a partir de agosto de 2011 na Educação Básica. Mas, faltam professores com formação adequada e projetos pedagógicos com reflexão mais aprofundada sobre os conteúdos a serem ministrados.

Alguns Estados têm professores com formação adequada, outros não. A obrigatoriedade irá valer por conta da lei federal 11.769, de 18 de agosto de 2008, que deu prazo de três anos para os sistemas de ensino se adaptarem à nova exigência.

Mesmo com a inserção da música no cotidiano dos estudantes, ainda há questões a serem respondidas ou definidas pelos sistemas de ensino sobre quais profissionais irão ministrar o conteúdo, quantas aulas haverá por semana e como será a oferta de materiais pedagógicos específicos para este aprendizado.

Segundo a coordenação de Programas de Apoio à Formação e Capacitação Docente de Educação Básica do MEC (Ministério da Educação), o objetivo do novo conteúdo não é formar músicos, mas oferecer uma formação integral para crianças e adolescentes.

O MEC recomenda que, além das noções básicas de música, dos cantos cívicos nacionais e dos sons de instrumentos de orquestra, os alunos aprendam cantos, ritmos, danças e sons de instrumentos regionais e folclóricos para, assim, conhecer a diversidade cultural do Brasil.

Uma nova política definirá em quais séries da Educação Básica a música será incluída e com que frequência.

Fonte: Correio do Brasil

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Estudo comprova que casais que só fazem sexo depois do casamento tem relacionamento e vida sexual mais feliz

Casais que esperam para ter relações sexuais depois do casamento acabam tendo relacionamentos mais estáveis e felizes, além de uma vida sexual mais satisfatória, segundo um estudo publicado pela revista científica Journal of Family Psychology, da Associação Americana de Psicologia.

Pessoas que praticaram abstinência até a noite do casamento deram notas 22% mais altas para a estabilidade de seu relacionamento do que os demais.

As notas para a satisfação com o relacionamento também foram 20% mais altas entre os casais que esperaram, assim com as questões sobre qualidade da vida sexual (15% mais altas) e comunicação entre os cônjuges (12% maiores).

Para os casais que ficaram no meio do caminho – tiveram relações sexuais após mais tempo de relacionamento, mas antes do casamento – os benefícios foram cerca de metade daqueles observados nos casais que escolheram a castidade até a noite de núpcias.

Mais de duas mil pessoas participaram da pesquisa, preenchendo um questionário de avaliação de casamento online chamado RELATE, que incluía a pergunta “Quando você se tornou sexualmente ativo neste relacionamento?”.

Religiosidade

Apesar de o estudo ter sido feito pela Universidade Brigham Young, financiada pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, também conhecida como Igreja Mórmon, o pesquisador Dean Busby diz ter controlado a influência do envolvimento religioso na análise do material.

“Independentemente da religiosidade, esperar (para ter relações sexuais) ajuda na formação de melhores processos de comunicação e isso ajuda a melhorar a estabilidade e a satisfação no relacionamento no longo prazo”, diz ele.

“Há muito mais num relacionamento que sexo, mas descobrimos que aqueles que esperaram mais são mais satisfeitos com o aspecto sexual de seu relacionamento.”

O sociólogo Mark Regnerus, da Universidade do Texas, autor do livro Premarital Sex in America, acredita que sexo cedo demais pode realmente atrapalhar o relacionamento.

“Casais que chegam à lua de mel cedo demais – isso é, priorizam o sexo logo no início do relacionamento – frequentemente acabam em relacionamentos mal desenvolvidos em aspectos que tornam as relações estáveis e os cônjuges honestos e confiáveis.”

Fonte: BBC / Gospel+

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Edir Macedo utiliza a Bíblia para defender o aborto: “Quem disse ‘não matarás’ foi o mesmo que mandou matar homens, mulheres e crianças de Israel”

O Bispo Edir Macedo utilizou mais uma vez o seu blog para defender o aborto. O tema vem sendo usado com frequência pelo líder e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus desde a polêmica das Eleições de outubro, onde defendeu a candidata petista Dilma Rousseff em profunda discussão com evangélicos.

Macedo utilizou em recente publicação dois trechos bíblicos para defender o aborto, comparando-os e instigando os leitores a interpreta-los. Os textos de Exôdo 20:13 e I Samuel 15.2,3 foram colocados frente a frente para discussão. Confira abaixo na íntegra:

A Pessoa que disse “Não matarás” (Êxodos 20.13) é a Mesma que disse:

Castigarei Amaleque pelo que fez a Israel: ter-se oposto a Israel no caminho, quando este subia do Egito.

Vai, pois, agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente a tudo o que tiver, e nada lhe poupes; porém matarás homem e mulher, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos. I Samuel 15.2,3

Alguém poderia interpretar esses textos para mim?

Muito obrigado.

Deus abençoe a todos.

A publicação causou a ira de teólogos, blogueiros, estudiosos e missionários. “Êxodo foi escrito por Moisés e I Samuel pelo próprio Samuel, Natã e Gade. Se a idéia foi afirmar que Deus quem escreveu ou inspirou a ordem para matar a todos, o Bispo apenas afirmou que só Deus, como provedor da vida, tem o direito e o poder de também tira-la. Isso comprova que não devemos apoiar ou realizar o aborto, afinal não somos Deus”, afirmou o Renato Cavallera, Missionário inter-denominacional.

“Além do mais, nos termos descritos, parece que devemos esquecer do ‘não matarás’ como se isso não fosse algo errado”, completou Renato.

Por outro lado comentaristas no blog de Edir Macedo deram suas interpretações para o texto e exaltaram a publicação do Bispo: “Acredito que pelo fato das crianças pertencerem a ele, poderia nascer e ter de Ameleque a herança maldita dele e para que não haja isso, Deus preferiu que isso acontecesse para que não houvesse uma coisa pior futuramente”, afirmou Diego. “Objetiva suas palavras bispo. Deus é Deus de amor e de justiça! Deus abençoe o senhor sempre mais!”, afirmou Priscylla de Fortaleza, Ceará.

Está não foi a primeira vez que Edir Macedo falou sobre aborto em seu blog. O Bispo também utilizou o espaço para afirmar que “realizar um aborto não é matar, deixar nascer sem ter estrutura que é matar” e que “um aborto não faz diferença“.

Fonte: Gospel+

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Ossos de São João podem estar em mosteiro na Europa

Só agora os cientistas descobriram que esse o nome da ilha sempre teve um motivo muito especial.

Em um mosteiro isolado, na Europa, foram encontrados aqueles que podem ser os ossos de São João, o homem que batizou Jesus Cristo.

A ilha da Bulgária não parece ter nenhuma importância. Pequena, desabitada, esquecida, gelada. Ilha de São João. Só agora os cientistas descobriram que esse nome sempre teve um motivo muito especial.

Como é que São João Batista pode ter sido enterrado naquela ilhota, no Mar Negro, a mais de mil quilômetros da Terra Santa? Para os estudiosos, isso é possível, e é uma história que envolve aventura, perigos e heroísmo.

A igreja o considera o maior depois de Cristo, o profeta que nasceu para anunciar a vinda do messias. João ganhou o nome de Batista por ter batizado Jesus, em uma das cenas mais famosas do Evangelho. A igreja ortodoxa o representa como um anjo. A cabeça que carrega na bandeja é a dele mesmo, cortada por Herodes, rei de Israel, a pedido de Salomé.

Cinco lugares no mundo reivindicam a posse da cabeça autêntica de São João. A cabeça que está guardada na igreja de Notre Dame d'Amiens, na França, é uma das cinco que estão espalhadas pelo mundo. Outras podem ser encontradas em Roma, Munique, Istambul e Damasco. Egito e Montenegro também exibem relíquias de São João.

Mas os ossos que foram encontrados neste ano na Bulgária vieram com uma prova de antiguidade que os torna ainda mais preciosos.

É o que sobrou da chamada "Nova Basílica". Quando o templo foi erguido, no século XIII, já fazia 900 anos que São João Batista tinha sido enterrado lá.

No templo do século III foi encontrado o relicário, enterrado debaixo da mesa do altar. A pouco mais de um metro, estava a placa com a inscrição. Ela não prova que os ossos são de São João Batista. Mas prova que nos primeiros tempos do cristianismo, as pessoas acreditavam que ele estava enterrado lá.

O arqueólogo Kazimir Popkonstantinov diz que é a primeira vez que os ossos são encontrados junto com uma inscrição. As letras em grego dizem: Deus ajude o seu servo Tomá, que carregou as relíquias de São João. E também está gravada a data: 24 de junho. O dia de São João.

Popkonstantinov completa com uma frase surpreendente para um cientista. Ele diz: Deus e São João Batista me guiaram nesta descoberta. As relíquias estão expostas numa igrejinha modesta em Sozopol, a cidade que fica diante da ilha.

Vão passar por testes para identificar a idade dos ossos e se todos pertencem à mesma pessoa. Mas por enquanto os búlgaros só querem celebrar o Natal. Nesta época de reunir a família, eles não têm dúvidas de quem chegou para a festa foi Jesus Cristo, o filho de Deus, o homem que recebeu o batismo das mãos de São João.


Fonte: G1

domingo, 19 de dezembro de 2010

O Brasil ainda é "nota 0" na educação!

SEGUNDO O THE ECONOMIST, ESCOLAS DO BRASIL PROGREDIRAM: SAÍRAM DO NÍVEL “DESASTROSO” PARA O “MUITO RUIM”

Em edição publicada nesta quinta-feira, a revista britânica The Economist diz que dados recém-divulgados pelaOrganização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que a educação brasileira teve “ganhos sólidos” na última década. Ainda assim, a revista afirma que “o progresso recente meramente elevou o nível das escolas de desastroso para muito ruim”. A Economist se referia à divulgação, na última terça-feira, do 4º Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que mediu o nível da educação em 65 países. O Brasil ficou na 53º colocação, tendo obtido 412 pontos em leitura, 386 em matemática e 405 pontos em ciência.

O desempenho do país em cada uma das três áreas foi, em média, 20 pontos superior ao registrado no último teste, em 2006. O resultado fez com que a OCDE considerasse que o caso brasileiro revelava “lições encorajadoras”. Em entrevista à Economist, a pesquisadora Barbara Bruns, do Banco Mundial, cita entre os motivos para a melhoria o sistema brasileiro de avaliação escolar, criado há 15 anos. “De um ponto de partida em que não havia nenhuma informação sobre o aprendizado do estudante, as duas (últimas) presidências construíram um dos sistemas de medição de resultados educacionais mais impressionantes do mundo”, disse ela. Apesar do avanço, a revista diz que dois terços dos jovens de 15 anos são incapazes de fazer qualquer coisa além de aritmética básica.

“Mesmo escolas privadas e pagas são medíocres. Seus pupilos vêm das casas mais ricas, mas eles se tornam jovens de 15 anos que não se saem melhor que um adolescente médio da OCDE”, afirma a publicação. Segundo a Economist, uma das razões para a má qualidade do ensino é o desperdício de dinheiro. “Como os professores se aposentam com salários integrais após 25 anos para mulheres e 30 para homens, até a metade dos orçamentos da escola vai para as aposentadorias”, diz a revista.

A publicação afirma ainda que, exceto em poucos locais, professores podem faltar em 40 dos 200 dias escolares sem ter o salário descontado. A Economist diz que o país estabeleceu a meta de alcançar a média da OCDE na próxima década, mas alerta que, “no ritmo atual, chegará só até a metade do caminho”. A solução, aponta a revista, é propagar iniciativas como a da cidade do Rio (que combate a falta de professores dando pagando bônus às escolas que atingirem metas) e a do Estado de São Paulo (que criou plano de carreira a professores que vão bem em testes de conhecimento). “Se o Brasil alcançar a nota, será porque conseguiu espalhar essas práticas inovadoras por todos os cantos”, conclui a revista.

Lista oficial do PISA:

PosiçãoPaísPontos
1*China (Xangai) *556
2Coreia (do Sul)539
3Finlândia536
4China (Hong Kong) **533
5Cingapura526
6Canadá524
7Nova Zelândia521
8Japão520
9Austrália515
10Holanda508
11Bélgica506
12Noruega503
13Estônia501
14Suíça501
15Polônia500
16Islândia500
17Estados Unidos500
18Liechtenstein499
19Suécia497
20Alemanha497
21Irlanda496
22França496
23Taiwan495
24Dinamarca495
25Reino Unido494
26Hungria494
27Portugal489
28China (Macau)**487
29Itália486
30Letônia484
31Eslovênia483
32Grécia483
33Espanha481
34República Tcheca478
35Eslováquia477
36Croácia476
37Israel474
38Luxemburgo472
39Áustria470
40Lituânia468
41Turquia464
42Emirados Árabes Unidos459
43Rússia459
44Chile449
45Sérvia442
46Bulgária429
47Uruguai426
48México425
49Romênia424
50Tailândia421
51Trinidad e Tobago416
52Colômbia413
53Brasil412
54Montenegro408
55Jordânia405
56Tunísia404
57Indonésia402
58Argentina398
59Casaquistão390
60Albânia385
61Qatar372
62Panamá371
63Peru370
64Azerbaijão362
65Quirguistão314

Fonte: BBC Brasil

Veto à campanha publicitária fortalece movimento de ateus e agnósticos Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) alcançou 1,74 mil membros na

Maurício Palazzuoli foi mórmon até perto dos 30 anos. Alfredo Spínola mastigava a hóstia das missas matinais, no colégio interno católico, para investigar a verdade. Daniel Sottomaior é descrente de nascença. Se acreditassem em alma, os três seriam a da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea), entidade fundada por eles em 2008 e que alcançou 1,74 mil membros na semana passada.

Duzentos e noventa desses sócios, o equivalente a 17% do total, foram amealhados em apenas seis dias, como consequência de uma polêmica que colocou a Atea em evidência nos jornais e na internet. O motivo da controvérsia foi o veto, em São Paulo, Salvador (BA) e Porto Alegre, de uma campanha concebida pela entidade para combater o preconceito contra os ateus. O episódio deixou o trio ainda mais convencido de que a sociedade brasileira não aceita sequer conceder a palavra a quem não crê na existência de deuses.

– O preconceito é tão grande que não conseguimos sequer lançar uma simples campanha. No Brasil, o ateu é associado a tudo de horrível. É visto como criminoso, alguém que acredita em demônios, que quer a morte de todos. Mas o ateu é apenas alguém que não acredita em mitos – diz Palazzuoli, um biólogo de 40 anos que responde pela tesouraria da Atea.

O fato novo é que, no Brasil e em várias partes do mundo, os ateus não estão mais dispostos a ficar calados. Favorecidos pela internet, que os colocou em contato por meio de comunidades de discussão, os descrentes se articularam e começaram a lançar campanhas para enfrentar o preconceito e expor seu ponto de vista. Também saíram à rua para protestar, como durante a recente visita papal à Espanha. A onda ateísta contou ainda com uma série de best-sellers publicados por intelectuais importantes, como o evolucionista Richard Dawkins (Deus – Um Delírio) e o jornalista Christopher Hitches (Deus Não é Grande).

O Brasil seguiu na mesma onda, e a Atea é uma das manifestações do fenômeno. Sua campanha publicitária segue o modelo já adotado em países europeus e nos Estados Unidos. Na capital gaúcha, os anúncios deveriam estampar a traseira de 10 ônibus durante um mês. Na última hora, a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) barrou as peças, justificando que a legislação municipal proíbe manifestações religiosas (na verdade, são vetadas peças que estimulem a discriminação religiosa).

O presidente da entidade, o engenheiro civil Daniel Sottomaior, 39 anos, anunciou que vai acionar judicialmente a ATP.

Sottomaior é o rosto do ateísmo no Brasil há cerca de uma década. Curitibano radicado em São Paulo, ele se tornou conhecido por comparecer a programas de TV e rádio para defender o ponto de vista dos céticos. A militância rendeu-lhe ataques dos crentes na internet e ameaças de morte por e-mail e telefone. Ele conta que o pai e a mãe transitaram por diferentes credos, mas nunca o introduziram à religião.

– Tive a imensa sorte de não ser doutrinado quando criança. Todo mundo nasce ateu. Depois, o conceito de deus é introduzido à força. Eu pude escolher meu caminho – afirma.


Dinheiro é investido em ações e campanhas

Casado com uma agnóstica, Sottomaior tem uma filha de seis anos, a quem faz questão de manter afastada da religião. Ao procurar uma escola para ela, peregrinou por estabelecimentos que se diziam laicos, mas que punham as crianças a rezar na hora das refeições. Só na terceira tentativa encontrou uma instituição que não oferecia a ideia de que deuses existem.

Foi por meio de comunidades de ateus na internet que Sottomaior conheceu o biólogo Palazzuoli e o advogado Spínola, o que levou à criação da Atea. A entidade mantém um site (www.atea.org.br) bem fornido, com notícias, argumentos para ser ateu e um espaço para incentivar os descrentes a sair do armário. O dinheiro da entidade (25% dos sócios são contribuintes) é investido nos procedimentos legais contra quem ataca os ateus e em campanhas de esclarecimento.

– É muito mais representativo quando uma ação vem da associação do que quando chega de ateus isolados. O ateu é uma minoria e precisa se unir – diz Palazzuolo.

Ele é o único que acreditou em divindades. Batizado como mórmon, não faltava às celebrações dominicais no templo até os 30 anos. A crença desmoronou ao ter contato com a ciência: ingressou na faculdade de Biologia em 1998, foi exposto à teoria da evolução e converteu-se ao ateísmo.

O veterano é o advogado Spínola, 61 anos e passagem por várias escolas católicas na infância. Em uma delas, na qual era interno, os padres diziam que a hóstia era o corpo de Jesus e não deveria ser mastigada, ou verteria sangue. Spínola passou a mordê-la todos os dias. Não saiu sangue nenhum.

– Percebi tantas mentiras que comecei a desconfiar de tudo – diz.

Fonte: Zero Hora

Noivos desconhecem leis na hora do casamento civil

Código Civil exige que cerimônia seja feita com portas abertas.
Legislação autoriza que homem passe a usar sobrenome da mulher.


Maio é conhecido como o mês das noivas, mas a maioria dos casamentos no Brasil acontece em dezembro, segundo pesquisa dos registros civis feitas pelo IBGE em 2008 e 2009. Quem trabalha nesse mercado tem, em geral, duas explicações: as férias-coletivas nas empresas ou nas escolas e o décimo terceiro salário, que sempre ajuda a pagar a festa.

Com todas as atenções voltadas para a cerimônia, a lista de presentes, convites, roupas, os noivos não tomam conhecimento de leis que regulamentam o casamento. As regras, que estão no Código Civil, em vigor desde 2002, nem sempre são seguidas. Em tese, o descumprimento poderia anular o contrato nupcial.

Uma das regras: a cerimônia é feita, obrigatoriamente, com as portas abertas – tanto no cartório, quanto na igreja ou numa casa de festas. A norma está prevista no Código Civil. “O casamento é um ato público e qualquer pessoa tem o direito de entrar e interromper se tiver alguma objeção”, como explica a juíza de paz Sônia Novaes.

E se alguém ficar em dúvida?
Outra: se um dos noivos ficar em dúvida na hora de dizer “sim”, e só depois decidir que quer casar mesmo, terá que esperar, no mínimo, um dia.

“Não pode hesitar, nem titubear. Se acontecer, nós não podemos realizar no mesmo dia. Só 24 horas depois, o ato poderá voltar a se realizar. É bom para que se repense, afinal é uma decisão para toda vida. Quando estiver tudo certo, os noivos devem remarcar a data e não é necessário pagar taxas novamente”, explica a juíza Sônia.

As taxas que a juíza se refere somam quase R$ 400 para formalizar o casamento em cartório, no Rio de Janeiro. Não é barato, mas quem comprovar pobreza pode casar gratuitamente.

'Eu vos declaro casados'
O Código Civil também determina que todo celebrante confirme a união de um casal com uma frase: “De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados".

Para essa regra não há motivo especial. “Com essas palavras eu estou declarando que eles se tornaram marido e mulher, é força da lei mesmo”, esclarece a juíza.

Sônia Novaes também destaca outras possibilidades que poucos noivos sabem: “Atualmente é possível que a noiva fique com o nome de solteira e o noivo pode ter o sobrenome da mulher. Além disso, já é permitido modificar o regime de partilha de bens depois de casados.”

Casamento de quem está à beira da morte
Existe ainda a possibilidade de um "casamento nuncupativo", nome técnico para a cerimônia realizada quando um dos noivos está em risco iminente de morte – sem presença de um juiz ou celebrante. Isso pode acontecer no leito de um hospital, e o momento tem que ser acompanhado por seis testemunhas, que não podem ser parentes de até segundo grau dos noivos. Depois, mesmo que o doente tenha falecido, a outra parte tem até dez dias para ir a um cartório dar entrada nos papéis e regularizar o casamento.

“Esse tipo de união é rara, mas já aconteceram alguns casos. É importante que as testemunhas saibam que serão chamadas pelo juiz do cartório para contar como foi o ato e confirmar se a vontade dos noivos era legítima”, diz a oficial de cartório Priscilla Milhomem.
Fonte: G1

sábado, 18 de dezembro de 2010

Teismo Aberto: O que é isso?

Durante mais ou menos dois mil anos a igreja cristã, em todas as suas vertentes, confessou unanimemente crer em Deus-Pai, todo poderoso, criador do céu e da terra. Essa sempre foi (e é) uma questão básica e inegociável para a igreja.

Não havia dificuldade alguma em crer que há um único Deus, Pai, Filho e Espírito Santo e que esse Deus é todo poderoso e criador do céu e da terra. Trata-se, portanto, de uma questão básica para a igreja. Os pais da igreja confirmaram isso e sempre enfatizaram a presciência divina. Dessa forma, todos antigos escritores cristãos afirmaram esse ponto.

Porém, em meados dos anos 1980, um teólogo canadense chamado Clark Pinnock, começou a publicar alguns textos questionando a presciência divina também afirmando a autonomia da vontade em relação a Deus.

Mais recentemente, na metade do século XX, arminianos radicais, como o já citado Clark Pinnock, Richard Rice, Greg Boyd, John Sanders e David Basinger, reconheceram que se Deus prevê algo, então este forçosamente vai acontecer – em outras palavras, a presciência de Deus também é uma limitação do livre-arbítrio e, por isso, eles negaram que Deus conheça o futuro. Deus só conhece as possibilidades futuras.

Nessa altura devemos fazer uma pergunta provocadora: quem criou o que Deus
prevê? – se a resposta a esta pergunta for eco do ensino bíblico, só se pode concluir que Deus determinou aquilo que ele quer que aconteça, já que ele é o criador de todas as coisas.

Mas, para tais autores, não havia como crer numa autonomia do ser humano mantendo a crença tradicional da onisciência divina. Dessa forma, esses escritores reinterpretaram os atributos de potência e onisciência em Deus. Segundo eles, Deus ao criar o ser humano, o criou livre dos seus atributos de poder e onisciência.

Assim, o chamado teísmo do livre-arbítrio (ou teísmo aberto) é um modelo novo, uma tentativa de encontrar uma posição mediana entre o teísmo clássico e a teologia do processo.2

O teísmo aberto pode ser resumido em quatro proposições:

1. O conhecimento que Deus tem de todas as coisas não é estabelecido na eternidade;

2. Sua presciência não é exaustiva, porque ele se auto-limita;

3. Seu relacionamento providencial com o mundo não é meticuloso;

4. O futuro não está totalmente seguro.

Estes escritores costumam dar mais fundamentação bíblica para as suas afirmações do que outros movimentos costumeiramente fazem. Todavia, no seu próprio interesse, eles dizem que a linguagem bíblica não é simplesmente fenomenológica ou antropológica, mas literal. Tomando literalmente muitos textos, eles formulam a abertura de sua teologia no que respeita a Deus.3

Numa série de livros, Clark Pinnock e John Sanders têm promovido uma visão de um Deus finito e limitado em seu poder e conhecimento. Eles afirmam que se o homem tem livre-arbítrio de verdade, então Deus não pode ordenar nem conhecer os eventos que irão acontecer no futuro. O futuro está em aberto, no sentido de ser tanto criação do homem como de Deus.4 Como Pinnock escreve:

A ideia da responsabilidade moral exige que acreditemos que as ações não são determinadas, nem interna nem externamente. Uma importante implicação desta forte definição de livre-arbítrio é que a realidade permanece, em certa extensão, aberta, e não fechada. Isto significa que uma novidade genuína pode aparecer na história, que não pode ser prevista por ninguém, nem mesmo por Deus. (...) Tal conceito implica em que o futuro realmente está em aberto, e não disponível à exaustiva presciência nem mesmo da parte de Deus. Fica bem claro que a doutrina bíblica do livre-arbítrio humano exige de nós que reconsideremos a perspectiva convencional da onisciência de Deus.5

Em outras palavras, o que se infere é que quase que a totalidade da tradição cristã, incluindo aí o arminianismo clássico, desde o primeiro século até agora, tem afirmado uma noção equivocada quanto à natureza de Deus – mas, felizmente, no fim do século XX, Pinnock, Sanders e outros conseguiram finalmente entender a verdade!

Essa postura soa arrogante quando se observa que a Escritura é clara ao refutar tal ensino. Uma rápida checada nas Escrituras mostra que um dos fatores que distingue o Deus verdadeiro de Israel dos falsos deuses é precisamente o fato de que Deus conhece o futuro absolutamente e, assim, é capaz de predizer o que acontecerá com certeza (Is 46.10). Os planos de Deus não são frustrados (Sl 33.10-11), porque ele faz tudo segundo o conselho da sua vontade (Ef 1.11).

A fim de facilitar nossa compreensão, segue abaixo uma comparação entre a visão “aberta” e a visão reformada tradicional.

Os problemas do teísmo aberto são muitos. Roger Nicole, numa resenha que escreveu sobre um dos principais textos deste movimento, The Openness of God, levanta vários problemas e perguntas a respeito do teísmo aberto.

Primeiro, ele nota que o teísmo aberto não é consistente com a existência de profecias detalhadas nas Escrituras. “Como Deus poderia saber que Judas trairia Jesus por 30 moedas de prata, quando o pagamento e aceitação de tal soma dependiam de decisões imprevisíveis dos principais sacerdotes e de Judas?”

De fato, uma profecia, como a crucificação de Jesus, não apenas exige que Deus conheça o que acontecerá no futuro, mas que ele também tenha controle soberano sobre cada decisão livre de todos os agentes que participaram nos eventos, como de Pôncio Pilatos e dos soldados que lançaram sortes sobre a túnica de Jesus.

Mas, como Nicole afirma, se Deus nem soubesse com certeza que Adão cairia em pecado, certamente ele não poderia “prever a morte de Cristo antes da fundação do mundo” (1Pe 1.20; Ap 13.8; 17.8). A visão de Pinnock e Sanders, segundo Nicole, faz com que Simeão tivesse mais conhecimento do que Deus (Lc 2.35).

Roger Nicole também está correto ao indicar a futilidade da oração, se o teísmo aberto fosse verdadeiro. “O que dá direito aos autores [do The Openness of God] a aconselharem Deus em suas orações? O que eles sabem que Deus não sabe?” E por que perder tempo pedindo que Deus intervenha para salvar os pecadores?

Já que Deus não interfere com o livre-arbítrio das pessoas, ele não poderá fazer nada para influenciar a pessoa para se tornar uma cristã. Sem conhecer o futuro, Deus nem pode saber como as pessoas reagiriam a qualquer influência colocada em seu caminho. Deus estaria completamente desamparado diante da autonomia do pecador.

Concordamos com a avaliação de Nicole. O caminho para aqueles que têm abraçado o teísmo aberto parece ser o completo abandono da fé cristã histórica. Uma por uma, as outras doutrinas centrais da fé cristã serão abandonadas, ou por estes autores, ou por seus discípulos, exatamente como já aconteceu no passado. O caminho para o liberalismo e, depois, para o naturalismo, começa com a doutrina da autonomia do homem. A conclusão dele está correta:

Não é muito difícil prever para onde estas pessoas se moverão, se elas seguirem a lógica de sua própria posição. Eles brevemente abandonarão a doutrina cristã do pecado original, porque ela será vista como incompatível com o livre-arbítrio de todo ser humano que entra neste mundo (conforme Pelágio). O passo lógico seguinte é renunciar a expiação substitutiva penal, como tem frequentemente acontecido no liberalismo e até mesmo no arminianismo. Quando a expiação se vai, não há nenhuma grande necessidade de se manter a deidade de Cristo, e quando isto se vai, geralmente se descarta a doutrina da Trindade. Então, a pessoa estará em pé de igualdade com o socinismo, que é o último passo antes da total negação do cristianismo. Na outra direção, a sedução da teologia do processo, que os presentes autores são ávidos em repelir, indubitavelmente exercerá algum poder sobre suas mentes. Quando alguém lê este livro, tem a impressão de que muitas vezes algumas páginas foram escritas por John Hick.6

Para concluir, precisamos notar que alguns dos defensores do teísmo aberto têm afirmado que este seria uma recuperação da cosmovisão judaica, afastando a fé cristã das influências da filosofia grega.

Mas é necessário perguntar: que cosmovisão judaica? Ao se estudar a literatura judaica antiga, o que fica evidente, por um lado, é o desprezo destes pela cultura helênica e, por outro lado, a ênfase na onipotência absoluta de Deus. Basta um pouco de familiaridade com alguns dos textos de Efraim Urbach, Akiba, Tanchuma bar Abba, Hanima, Joshua ben Hananiah, entre outros, para perceber esta diferença. A ideia básica do antigo judaísmo é que Deus dirige todos os atos dos homens rumo ao fim que ele mesmo estabeleceu.

E é nesse ponto que o judaísmo antigo foi mais acentuadamente contrastado com o paganismo. No fim se descobre que não existe nada novo nas atuais posições dos defensores do teísmo aberto que não tenha sido ensinado no passado, por Heráclito, por exemplo, ou, na atualidade, pelos adeptos da teologia do processo.
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1Resumido e adaptado de Franklin Ferreira e Alan Myatt, Teologia Sistemática (São Paulo: Vida Nova, 2007), p. 308-310, 337-341.
2Heber Carlos de Campos, “O teísmo aberto: um ensaio introdutório”, em Fides Reformata, v. 9, n. 2, p. 34: “O Teísmo Aberto tem afinidade com o arminianismo de um lado e com o Teísmo da Teologia do Processo, de outro. À semelhança do arminianismo, o Teísmo Aberto crê que o conhecimento de Deus é dependente das escolhas humanas, mas, em contraste com o arminianismo, o Teísmo Aberto rejeita a ideia de que Deus tenha um conhecimento exaustivo das coisas. O arminianismo clássico nunca sustentou essa visão do futuro aberto”.
3Heber Carlos de Campos, “O teísmo aberto: um ensaio introdutório”, p. 38.
4Cf. Clark Pinnock (ed.), The openness of God e John Sanders, The God who Risks; a theology of providence.
5Clark Pinnock, “Deus Limita Seu Conhecimento”, em David Basinger e Randall Basinger (ed.), Predestinação e livre-arbítrio, p. 182-183.
6Roger Nicole, resenha do livro Clark Pinnock (ed.), The openness of God; a Biblical challenge to the traditional understanding of God, disponível em: http://www.monergismo.com/textos/presciencia/open.htm, acessado em 10.12.2005.
7Cf. especialmente Russell Fuller, “Os rabinos e as declarações dos defensores do teísmo aberto”, em John Piper, Justin Taylor e Paul Helseth, Teísmo aberto; uma teologia além dos limites bíblicos, p. 27-49.

Fonte: Vida Nova (Vinacc)